Antes de ter a prisão preventiva restabelecida pelo ministro Félix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesta quinta-feira, 13, o ex-assessor Fabrício Queiroz tinha dois exames de saúde marcados no Rio de Janeiro, com autorização da Justiça fluminense. Um deles é na manhã desta sexta-feira, 14, em um laboratório na Barra da Tijuca, Zona Oeste carioca, às 11h45. Trata-se de um ecocardiograma e um eletrocardiograma, a serem feitos no laboratório Lâmina Mega Barra, que fica na Avenida das Américas, uma das principais do bairro.
Ele deixou o prédio onde está em prisão domiciliar, no bairro da Taquara, para ir ao laboratório na manhã de hoje. Segundo o advogado dele, Paulo Emílio Catta Preta, a decisão de prisão ainda não foi determinada pela Justiça do Rio. Assim, ele voltará para sua casa após os exames.
O ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) tem outro exame previsto para o próximo dia 20, às 7h15, em uma clínica em Botafogo, Zona Sul do Rio. Desta vez, ele fará uma radiografia, na unidade do laboratório Lâmina no bairro.
Os exames foram autorizados pelo desembargador Milton Fernandes de Souza, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, na última segunda-feira. Conforme a decisão do juiz, a que VEJA teve acesso, Fabrício Queiroz “será acompanhado por Oficial de Justiça e não poderá ter contato com outras pessoas senão aquelas estritamente necessárias às realizações dos exames”.
Queiroz passa pelo tratamento de câncer e foi operado duas vezes recentemente: uma no início de 2019, para retirada de um tumor no intestino, e outra em abril de 2020, na próstata.
O ex-assessor de Flávio Bolsonaro é apontado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro como operador de um esquema de apropriação indevida de salários de servidores do gabinete de Flávio entre 2007 e 2018, enquanto o filho do presidente Jair Bolsonaro era deputado estadual na Assembleia Legislativa fluminense. As investigações sobre a “rachadinha” levaram Queiroz à prisão em junho, no âmbito da Operação Anjo. Ele foi encontrado pela polícia em uma propriedade de Frederick Wassef, então advogado de Bolsonaro e Flávio, na cidade de Atibaia (SP).
Fabrício Queiroz passou 22 dias preso no Complexo de Bangu, no Rio, até ser solto por uma liminar do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio Noronha, em meio ao recesso do Judiciário. Ao fim das férias dos magistrados e o retorno do relator natural do caso, Félix Fischer, ao trabalho, Fischer revogou a liminar concedida por Noronha e determinou que Queiroz e sua mulher, Márcia Oliveira de Aguiar, sejam detidos.