O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu hoje uma quase proeza: reuniu toda a elite política de Alagoas no Palácio do Planalto para tratar da crise provocada pelo afundamento do solo em cinco bairros de Maceió em razão da exploração do subsolo pela petroquímica Braskem.
Desde o agravamento da crise, os políticos de Alagoas estavam divididos e cada um caminhando ao lado de seu clã – um liderado pelo senador Renan Calheiros (MDB) e outro pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP).
Além dos dois inimigos políticos, Lula colocou na Sala de Situação do Palácio do Planalto o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), o senador Rodrigo Cunha (União Brasil) – estes dois, aliados de Lira –, o governador Paulo Dantas (MDB), o ministro Renan Filho (Transportes) e o senador Fernando Farias – estes últimos, da turma de Renan.
Também estavam lá lideranças políticas importantes da Câmara, como os deputados federais Isnaldo Bulhões (MDB-AL) e Paulão (PT-AL) – este último, candidato de Lula a prefeito de Maceió. Também participaram o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o secretário especial de Assuntos Federativos da Presidência da República, André Ceciliano.
CPI da Braskem
Um dos temas discutidos, sem dúvida, deve ter sido a CPI da Braskem, uma iniciativa de Renan Calheiros que está em vias de começar a funcionar – o senador já conseguiu que os partidos indicassem o mínimo de representantes para a comissão. Para o governo, CPIs, no entanto, sempre causam preocupação.
Lula discutiu também, claro, ajuda federal para o estado. Desde o agravamento da crise, tanto Lira quanto Renan – e seus respectivos aliados – vêm pressionando o governo federal a entrar pesado na solução do problema.
A expectativa é que o ministro Rui Costa fale mais tarde sobre a reunião.