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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Com apoio do PT, cacique do União terá 4º mandato na maior Câmara do país

Após mudar pela segunda vez as regras da eleição, Milton Leite será o primeiro a presidir o Legislativo paulistano nos quatro anos da mesma legislatura

Por Adriana Ferraz Atualizado em 9 Maio 2024, 18h29 - Publicado em 15 dez 2023, 12h15

Nunca havia acontecido. A Câmara Municipal de São Paulo, pela primeira vez, terá um mesmo presidente durante os quatro anos da legislatura. Milton Leite (União Brasil) foi reeleito nesta sexta, 15, com o apoio de 49 dos 55 vereadores. O PSOL, que indicou a vereadora Luana Alves para o cargo, foi o único partido a se posicionar contra a reeleição e defender uma maior participação feminina nas decisões da Casa.

A história começou a mudar no ano passado, quando a Câmara alterou a Lei Orgânica do Município para permitir uma segunda reeleição dentro do mandato. Com o apoio maciço dos colegas — inclusive dos vereadores do PT –, Leite virou presidente pela terceira vez seguida, afirmando que aquela seria sua última disputa pelo comando da Casa. 

Mas, às vésperas de mais um pleito interno — a eleição ocorre todo dia 15 de dezembro, com exceção do primeiro ano do mandato –, o parlamentar reuniu sua tropa de choque e alterou de novo as regras. Dessa vez, os vereadores retiraram quaisquer limites à reeleição, abrindo caminho para que Leite se perpetue no poder do maior e mais rico Legislativo municipal do país, com orçamento de quase 1 bilhão de reais.

Aos 67 anos, Milton Leite é tratado pelos colegas como o “dono da Casa”. Vereador desde 1997, recebeu 132 mil votos nas últimas eleições, ficando atrás apenas do petista Eduardo Suplicy, hoje deputado estadual. No biênio 2017-2018, já tinha sido eleito presidente, com o apoio do então prefeito, João Doria. De lá para cá, ampliou sua influência não apenas entre os colegas, mas também nos governos estadual e municipal. É tido hoje como o maior fiador da gestão Ricardo Nunes (MDB), de quem é vice-prefeito na prática. 

Ao pedir votos, Leite voltou a dizer que não será candidato a vereador em 2024, mas deixou em aberto disputar outro posto — ele é um dos cotados a ser vice de Nunes. “Estou vindo aqui mais para cumprir a missão de deixar essa Casa pacificada em ano eleitoral. Não sei quem irá me suceder, mas sei que tivemos, nos últimos anos, momentos de bom convívio e muito diálogo. Estou feliz por esse ambiente”, disse.

Apesar de defender a pré-candidatura do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) para a prefeitura em 2024, a bancada do PT mais uma vez fechou com Leite, que foi chamado de “Mahatma Gandhi da Casa”, o pacifista indiano, por Arselino Tatto.

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