Os deputados Pastor Henrique Vieira (RJ), Erika Hilton (SP) e Luciene Cavalcante (SP), todos do PSOL, pediram ao Ministério Público Federal nesta segunda-feira, 16, a investigação da igreja Assembleia de Deus de Rio Verde, em Goiás, por supostamente promover terapias de conversão sexual.
A representação foi protocolada após a morte da influenciadora bolsonarista Karol Eller na semana passada, em São Paulo. O caso foi registrado como suicídio. Um mês antes, ela anunciou que “renunciou à prática homossexual” após o retiro de jovens Manaaim, organizado pela igreja evangélica. A vítima era próxima da família Bolsonaro e trabalhava no gabinete do deputado estadual Paulo Mansur (PL), em São Paulo.
No pedido enviado ao MPF, os parlamentares afirmam que os direitos da população LGBT+ estão resguardados pela Constituição e que a prática da chamada “cura gay” poderia ser tipificada como crime de injúria ou tortura psicológica. Os deputados também pedem a apuração de possível incitação ao suicídio por motivo torpe.
“Os tratamentos de cura gay são verdadeiras práticas de tortura e agressão a toda a população LGBTQIAPN+, cuja orientação sexual ou designação de gênero são características inerentes a cada sujeito, sendo impossível sua alteração”, diz o documento. “Serve a presente para solicitar a apuração dos fatos narrados com a devida investigação da prática de cura gay pelos representados e demais entidades, profissionais, grupos e empresas em atividade no Brasil.”