Aliado do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, o general e ex-ministro da Secretaria de Governo Carlos Alberto dos Santos Cruz manteve sua filiação ao Podemos no Distrito Federal mesmo após a migração de Moro da sigla para o União Brasil. Enquanto o ex-juiz foi descartado pelo novo partido como candidato à Presidência da República, Santos Cruz afirma ainda não ter uma definição sobre o rumo que tomará na eleição de outubro. Ele negou que tenha desistido de concorrer e disse a VEJA que a decisão será tomada após uma conversa com a presidente do Podemos, deputada Renata Abreu, nesta semana.
“Vou conversar com a Renata essa semana para sinalizar a situação, tem que ver as alianças que o partido está fazendo no estado. Não podemos nos comportar como cacique político”, declarou o general. “Eu sou um cidadão habilitado a concorrer a qualquer vaga, mas preciso conversar com o partido, não posso dizer ‘vou ser candidato a senador, a deputado, a presidente’, quem dá a legenda é o partido, não é só dizer o que vai fazer”, completou.
Sobre a saída repentina de Sergio Moro do Podemos, partido identificado com o chamado “lavajatismo”, Santos Cruz diz não ter conversado com o aliado sobre o assunto, mas não se espantou com a mudança. “Não conversei com ele sobre isso, suas razões pessoais, mas troca de partido no Brasil não causa espanto. Tenho relação com ele, não vou ficar voltando no assunto do porquê saiu”.
Enquanto o União Brasil já afirmou publicamente, em nota assinada por sua cúpula, que Sergio Moro vai compor um projeto eleitoral em São Paulo, como deputado federal ou senador, Santos Cruz mantém a posição de apoiar o candidato a ser escolhido à chamada terceira via. Seguem no páreo o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB), o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) e a senadora Simone Tebet (MDB-MS).
“Como cidadão ou candidato, minha posição pessoal é de apoiar o candidato da terceira via, todos os pré-candidatos precisam se unir para quebrar a polarização, que é uma armadilha absurda para mais quatro anos de motociata, de jet-ski ou mensalão, petrolão, sem paz social”, resume o general, ex-aliado do presidente Jair Bolsonaro.