Câmara quer ouvir Pimenta sobre investigação da PF por fake news no RS
Parlamentares bolsonaristas acusam governo Lula de censura e perseguição a opositores
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados quer ouvir o ministro-chefe da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, nesta terça-feira, 11. Ele foi convocado a falar sobre a investigação da Polícia Federal contra parlamentares e influenciadores políticos por disseminação de notícias falsas a respeito da tragédia que atingiu o estado.
A sessão está marcada para as 14h30 com o tema “Apuração do uso da PF para investigar e perseguir opositores que denunciaram falhas e abusos do governo na tragédia causada pelas chuvas no RS e a tomada de medidas contra a liberdade de expressão”.
O pedido de convocação aprovado pela CCJ é de autoria do deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP). “A presença do ministro para que os devidos esclarecimentos sejam feitos é essencial não apenas para avaliar a legalidade das ações descritas, mas também para garantir que não haja violação dos direitos fundamentais dos cidadãos, particularmente das prerrogativas parlamentares”, diz o requerimento.
Pimenta, que na época estava à frente da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), foi quem solicitou ao Ministério da Justiça uma apuração para identificar os responsáveis por espalhar desinformação sobre a atuação do governo no Rio Grande do Sul. O ministro Ricardo Lewandowski, então, acionou a PF, que abriu inquérito no início de maio.
Deputados bolsonaristas acusam o governo de censura e uso político da PF para perseguir opositores. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o senador Cleitinho (Republicanos-MG), e o coach Pablo Marçal, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, estão entre os alvos da investigação.
“Nós estamos claramente enfrentando um esquema profissional de desinformação, de fake news. É como numa guerra, um serviço de contra-informação”, declarou Pimenta em 9 de maio. “Tudo é feito para prejudicar o trabalho, para impedir o sucesso da operação que está sendo feita de apoio às quase 70 mil pessoas que neste momento estão nos abrigos”, acrescentou.