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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Camaçari é a nova frente de batalha entre União Brasil e PT na Bahia

Município recebe Lula nesta semana para reforçar candidatura petista, após sigla de ACM Neto levar três das quatro maiores cidades do estado

Por Valmar Hupsel Filho Atualizado em 15 out 2024, 17h51 - Publicado em 15 out 2024, 17h50

Com a eleição na capital, Salvador, definida no primeiro turno, as forças políticas que duelam por espaço de poder na Bahia nas últimas décadas concentram esforços na disputa pela prefeitura de Camaçari, cidade vizinha que tem o quinto maior PIB do Nordeste e abriga o maior complexo industrial integrado do Hemisfério Sul.

Ali os eleitores vão escolher entre Flávio Matos (União Brasil), que tem apoio do vice-presidente nacional de seu partido, ACM Neto, e Luiz Caetano (PT), apoiado pelo senador Jaques Wagner (PT), líder do governo no Congresso, e pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), ambos ex-governadores do estado. No primeiro turno a disputa terminou com diferença apertada de votos: 49,52% dos votos para Caetano e 49,17% para Flávio.

Na próxima quinta-feira, a campanha de Caetano deverá receber um apoio importante. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá participar, ao lado de ministros, parlamentares e do governador Jerônimo Rodrigues (PT), de um ato em apoio à campanha do petista, que já administrou a cidade por dois mandatos. No primeiro turno, Caetano conseguiu levar à cidade a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, além de Jerônimo, Rui e Wagner.

Localizada a apenas 48 quilômetros da capital, Camaçari é para Salvador o que São Bernardo do Campo é para São Paulo. Isso se deve não só pela proximidade ou pela forte presença de indústrias, principalmente automobilísticas. É também simbólica do ponto de vista político. Assim como São Bernardo é o berço político de Lula, foi em Camaçari que Wagner e Rui descreveram trajetórias semelhantes, liderando sindicatos de trabalhadores e comícios em porta de fábrica antes de se lançarem a cargos públicos.

Para o PT, reconquistar a cidade, a terceira maior do estado, é fundamental, ainda mais depois do resultado do primeiro turno, em que candidatos petistas foram derrotados por nomes do União Brasil em Salvador, Feira de Santana e Vitória da Conquista (embora esta última o resultado esteja sub judice).

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O União Brasil, partido que já administra a cidade com o prefeito Elinaldo Araújo, concentra esforços para se manter no poder. O esforço é liderado por ACM Neto e pelo prefeito de Salvador Bruno Reis, reeleito em primeiro turno. Nas últimas semanas, Neto tem feito uma série de acusações contra Caetano e o PT de Camaçari nas redes sociais. No sábado passado, a Justiça Eleitoral determinou a retirada de postagens consideradas descontextualizadas e inverídicas.

A disputa de poder entre PT e União Brasil na Bahia visa a eleição de 2026, quando Jerônimo Rodrigues deverá se lançar à reeleição, e ACM Neto pretende lançar novamente candidatura. Em 2022, os dois se enfrentaram nas urnas e o petista levou a melhor. Neto acredita que, com o reforço dos prefeitos das principais cidades baianas, poderá virar o jogo.

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