O candidato à prefeitura de São Paulo pelo PSOL, Guilherme Boulos, fará campanha ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e da deputada Luiza Erundina — ambos ex-prefeitos — no dia 7 de setembro, que marca a Independência do Brasil. Seu adversário, Ricardo Nunes (MDB), deve participar do ato bolsonarista na Avenida Paulista, que tem como mote o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Outros concorrentes à prefeitura, como Pablo Marçal (PRTB) e Marina Helena (Novo), também são esperados no ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Boulos fará uma caminhada pelas ruas de Heliópolis, uma das maiores favelas da capital, na zona sul. O encontro está marcado para as 11h. Reforçar a relação do candidato do PSOL com antigas gestões petistas tem sido uma das estratégias da campanha, a começar pela escolha da vice, Marta Suplicy (PT). Erundina e Haddad participaram da convenção que confirmou a candidatura de Boulos, no início de agosto, e suas ações à frente da prefeitura foram destacadas em vídeos de divulgação. Segundo a assessoria do candidato, Marta tem outros compromissos e não deve participar da agenda deste sábado.
Nunes, por sua vez, participará da manifestação bolsonarista. Ele afirmou na segunda-feira 2 que o ato é para “defender a democracia e a liberdade” e que não vai endossar o pedido de impeachment de Moraes. “Compete aos senadores definir se existe algo de errado ou não. Estarei ali como cidadão defendendo a liberdade, a democracia”, declarou durante sabatina da Rádio Eldorado.
O prefeito esperava contar com o apoio dos bolsonaristas para disputar a reeleição, mas a entrada do coach Pablo Marçal na disputa dividiu a direita. Bolsonaro chegou a indicar o nome do vice na chapa de Nunes, o coronel Mello Araújo, mas na quinta-feira 5, a um mês do primeiro turno, disse ser “cedo” para entrar na campanha do prefeito. “Esse apoio mais explícito não parte de mim. Está muito cedo ainda para você investir, para eu entrar massivamente na campanha dele. Pode ser que tenha de esperar um pouco mais”, disse.
A declaração ocorreu horas depois de o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ter conversado pessoalmente com o ex-presidente sobre o assunto. Ele relatou que Bolsonaro estava “muito animado” e iria entrar na campanha à reeleição do prefeito.
Como mostrou a reportagem de capa de VEJA, a suspensão do X no Brasil serviu de combustível para inflamar o bolsonarismo, que volta às ruas e coloca mais uma vez o Supremo no centro do ringue da política. A manifestação está sendo patrocinada e organizada pelo pastor Silas Malafaia, aliado radical do ex-presidente. Leia a matéria completa aqui.