O deputado Guilherme Boulos (PSOL) foi à Justiça contra Ricardo Nunes (MDB), seu principal adversário na disputa pela prefeitura de São Paulo, por ter sido chamado de “vagabundo, invasor e sem-vergonha”. Ele pede que seu currículo seja publicado nas redes sociais do prefeito como forma de reparação.
A ação é uma resposta a declarações de Nunes em discurso na terça-feira, 23, durante a convenção do PL, partido de seu candidato a vice, o coronel Ricardo Mello Araújo. “Quero agradecer a cada um dos senhores por dar esse voto de confiança para que a gente possa dar continuidade a esse trabalho e vencer o invasor, vencer esse vagabundo desse sem-vergonha”, disse o prefeito, sem mencionar o nome do adversário.
Na petição, Boulos alega dano à imagem, à honra e potencial interferência no processo eleitoral. “Os discursos de ódio, com ataques baixos e virulentos como os praticados pelo réu, têm sido uma estratégia política levada à cabo pela extrema direita no mundo todo. Aqui no Brasil essa estratégia tem sido empregada por bolsonaristas, e não à toa foi utilizada pelo réu para arrancar aplausos de uma plateia de bolsonaristas”, diz. O deputado também afirma que Nunes espalhou fake news ao chamá-lo de invasor.
O coordenador da campanha de Boulos, Josué Gomes, afirmou que a ação tem objetivo “pedagógico” para que o debate político seja feito de modo civilizado, sem xingamentos e difamações. Na terça, o deputado já havia comentado as declarações do prefeito. “Na tentativa de agradar seu padrinho Bolsonaro, Ricardo Nunes volta a me atacar pessoalmente com mentiras e fake news, numa atitude de desequilíbrio incompatível com o cargo de prefeito da maior cidade do país. Da nossa parte, seguiremos denunciando as inúmeras suspeitas de corrupção que envolvem a gestão Nunes. São Paulo não pode ficar refém do bolsonarismo”, afirmou.
Em nota enviada a VEJA, Ricardo Nunes afirmou que não cita diretamente o adversário em sua fala.“Se o Boulos vestiu a carapuça e está se reconhecendo como o ‘vagabundo’, ele deve ter uma boa razão para isso”, declarou. A pré-campanha à reeleição do prefeito informou que ainda não foi citada pela Justiça.