Bolsonarista que proibiu apoio ao Hamas é favorito à reeleição em Sorocaba
Rodrigo Manga (Republicanos) soma 72,1% das intenções de voto no município paulista, diz Paraná Pesquisas
Na reta final para as eleições municipais, a cidade de Sorocaba, no interior paulista, tem um amplo favorito e pode encerrar as votações já no primeiro turno. O prefeito Rodrigo Maganhato (Republicanos), conhecido como Rodrigo Manga, conta hoje com 72,1% das intenções de voto, segundo levantamento publicado nesta quinta-feira, 29, pelo instituto Paraná Pesquisas.
De acordo com a pesquisa, o atual mandatário tem grande distância para os três adversários nas urnas: o deputado estadual Danilo Balas (PL), com 6,9%, o sindicalista Paulinho do Transporte (PT), com 6,1%, e o barbeiro Calebe Henrique (PCO), com 0,7%. Dentro da margem de erro de 3,8 pontos percentuais, todos estão tecnicamente empatados na segunda posição do levantamento.
O mesmo relatório indica que Rodrigo Manga tem ampla maioria na aprovação de seu mandato, bem avaliado por 81% dos eleitores sorocabanos e rejeitado por 16,3%. O governador de São Paulo e principal cabo eleitoral do prefeito, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também possui boa popularidade no município, com 74,1% de apoio e 22,3% de desaprovação à sua gestão estadual. Em contraste, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva amarga uma rejeição de 62,5% e aceitação de 33,4% do eleitorado local.
Bolsonarismo e repúdio ao Hamas
O alinhamento de Rodrigo Manga ao ex-presidente Jair Bolsonaro é firmado desde a primeira campanha à prefeitura de Sorocaba, em 2020. A proximidade vai além da declaração de apoio — a esposa do prefeito, Sirlange Manga (PL), foi eleita segunda suplente na chapa do senador Marcos Pontes (PL) em 2022.
Nos últimos meses, Manga ganhou notoriedade por investir pesado no discurso pró-Israel e anti-Hamas como estratégia para atrair o eleitorado conservador e evangélico da cidade. Ainda em outubro, nas primeiras semanas da guerra na Faixa de Gaza, o mandatário viajou até Brasília para acolher cidadãos de Sorocaba resgatados da Palestina pelo governo federal e levá-los de volta para o interior paulista por táxi aéreo, encenando uma suposta participação da prefeitura na operação de repatriação da Força Aérea Brasileira (FAB).
Uma semana depois, o prefeito enviou à Câmara Municipal um projeto de lei que proíbe “manifestações de apoio a grupos terroristas” e deixou claro que a motivação para a iniciativa era coibir demonstrações de simpatia ao Hamas. O texto foi aprovado pelos vereadores, que instituíram pena de multa de até 50 mil reais a quem defender publicamente o grupo armado palestino.
O instituto Paraná Pesquisas entrevistou 710 eleitores em Sorocaba entre os dias 25 e 28 de agosto de 2024. O grau de confiança do levantamento é de 95% e a margem de erro é estimada em 3,8 pontos percentuais para mais ou para menos.