A pauta dos atos em defesa de Jair Bolsonaro, neste domingo, incluía inicialmente ataques fortes ao Congresso e ao Supremo, inclusive com pedidos de fechamento das Casas do Legislativo e do Judiciário. Temendo repercussões negativas entre parlamentares e o agravamento da crise de governabilidade, aliados do presidente entraram em campo para atenuar os motes, que passaram a ser, sobretudo, a defesa da reforma da Previdência e do pacote anticrime do ministro Sergio Moro. Pelo jeito, não foi o bastante.
Apesar do tom apaziguador adotado pelos organizadores dos atos em defesa do governo, ataques ao Congresso e ao STF são vistos nas ruas. Na orla de Copacabana, ponto de concentração do protesto no Rio de Janeiro, por exemplo, manifestantes ostentam um boneco inflável do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao lado do “Pixuleco”, boneco que mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como presidiário.
O boneco de Maia, que não tem nome, segundo seus donos, veste uma camisa do Botafogo – referência a seu codinome na delação da Odebrecht – estampada com as logomarcas da empreiteira e da Gol, cujo dono também citou o nome do presidente da Câmara em delação premiada. O boneco do democrata carrega um saco de dinheiro, e leva cédulas nos bolsos e dentro do sapato.
Em cima de um carro de som, manifestantes citam o apelido de Maia na delação da Odebrecht, “Botafogo”, e dizem que ele “não quer o futuro do País. “Fora Centrão, Fora Rodrigo Maia”, gritam.
Os cariocas em Copacabana também exibem faixas como “Fora STF, Maia e Alcolumbre, deixem o Brasil crescer”, “David [sic.] Alcolumbre e Maia, somos seus patrões” e “o diabo veste toga”. Um balão que dizia “fora STF” também foi solto na manifestação.