O papa Francisco fez orações pelas vítimas da rebelião no presídio de Manaus na primeira audiência geral de 2017, realizada nesta quarta-feira. Ao todo, 56 pessoas morreram barbaramente no complexo penitenciário Anísio Jobim após uma rebelião. “Exprimo dor e preocupação pelo que aconteceu. Convido a todos para rezar pelos mortos, pelos seus familiares, por todos os presos daquele presídio e por aqueles que lá trabalham. E renovo meu apelo para que os institutos penitenciários sejam locais de reeducação e de reinserção social e as condições de vida dos presidiários sejam dignas de pessoas humanas”, disse o sumo pontífice.
Nesta terça, de acordo com uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, a avaliação no Planalto era de que a ação do governo já estava sendo cumprida com a atuação do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que foi para Manaus. Segundo auxiliares de Michel Temer, o presidente iria aguardar o “diagnóstico” de Moraes e apenas depois definir se tomará ações. Moraes já foi, viu, falou e voltou para Brasília. Temer segue em silêncio.
É difícil entender o que Temer está esperando para comentar as 56 mortes de pessoas sob a tutela do Estado. A tragédia expôs negativamente o país em jornais de todo o mundo e o presidente da República não diz uma palavra sobre o assunto. O mínimo que ele poderia fazer seria lamentar e condenar as mortes. Na melhor das hipóteses, poderia anunciar parcerias do governo federal com o Amazonas para sanar a crise, ou ainda um plano nacional para tentar humanizar e controlar o sistema prisional medieval brasileiro. Não fez uma coisa nem outra. Prefere um silêncio constrangedor.