A 3ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) instaurou inquérito policial e solicitou medida protetiva para a influenciadora digital Cintia Chagas. Ela registrou um boletim de ocorrência acusando o deputado estadual bolsonarista Lucas Bove (PL) de abusos físicos e psicológicos durante o período em que eram casados. O caso, que está sob sigilo, foi registrado como violência doméstica, violência psicológica, ameaça, injúria e perseguição.
A investigação, que segue em sigilo, foi aberta após o depoimento prestado por Cíntia à Polícia Civil em setembro. A influenciadora relatou que o casamento com Bove, que durou três meses, terminou após ela ter sido agredida fisicamente pelo deputado, que é líder do PL na Assembleia Legislativa de São Paulo.
À polícia ela relatou viver um relacionamento tóxico e abusivo com o parlamentar, descrito por ela como possessivo, ciumento e controlador. Um dos casos de humilhação e agressões verbais relatados pela influenciadora teria se passado ainda na cerimônia de casamento entre eles, e teria sido motivado pela insistência do deputado para que ela fizesse uma foto ao lado do casal Jair e Michelle Bolsonaro.
Cíntia relatou também episódios de violência física. Em uma das ocasiões, informou a influenciadora à polícia, Bove teria arremessado uma faca contra ela, atingindo-a na perna.
Em nota, a defesa de Cíntia afirmou que a denúncia feita por ela é um ato de coragem “de proteção à sua integridade física, psíquica e moral e, acima de tudo, como uma medida de sobrevivência, servindo de exemplo para todas as mulheres que se encontram na mesma situação, a fim de evitar que um ciclo de violência doméstica evolua para casos mais graves”.
A defesa de Bove não foi localizada. Em suas redes sociais, o parlamentar não comentou o assunto. Após a repercussão da denúncia feita pela ex-mulher, Bove publicou apenas o salmo repetido à exaustão por Bolsonaro: João, 8: 32. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.