Após sair da posição de peixe pequeno na política para se consolidar, após 2018, como o maior partido da Câmara dos Deputados, com 55 assentos, na rabeira do fenômeno que foi a eleição de Jair Bolsonaro, o PSL passou a receber a maior fatia do fundo partidário, os recursos que as legendas políticas recebem para a manutenção de suas operações (104,5 milhões de reais no ano passado).
Com tanto dinheiro público em mãos, o partido foi às compras: investiu parte de sua cota dos recursos públicos na compra de uma casa de 343 metros quadrados de área construída nos Jardins, área nobre de São Paulo, para acomodar uma nova sede para a legenda. O preço: R$ 5,4 milhões de reais, pagos à vista, em março, para um médico de Goiás.
O PSL está em processo de fusão com o DEM para criar um partido ainda maior, o União Brasil. “Tratou-se de uma oportunidade de investimento e otimização de recursos, diante do alto custo de aluguel na maior metrópole do país. Além disso, o valor pago foi bem inferior à avaliação feita pelo mercado, que estimava à época que o mesmo valia cerca de 8 milhões de reais”, informou o partido, por meio de nota.
Na internet, há anúncios de imóveis com metragem similar, na mesma vizinhança, por R$ 3,8 milhões.
Segundo reportagem de Veja desta semana, os partidos usam recursos do fundo partidário para bancar despesas de luxo das siglas e seus dirigentes. No caso do PSL, a legenda ainda comprou três automóveis, por mais de 600 mil reais ao todo.