O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) criticaram a decisão da Justiça Federal de soltar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente Jair Bolsonaro não falou especificamente sobre o petista, mas elogiou durante o dia o ministro Sergio Moro (Justiça), que quando era juiz da Lava Jato, condenou o ex-presidente à prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá.
O elogio do presidente Bolsonaro a Moro foi feito durante uma cerimônia de formatura de policiais federais. Parte do que acontece na política do Brasil devemos a Sergio Moro”, disse. “Se não fosse pela missão do Moro, eu não estaria aqui”, completou. “Fico imaginando o que passa na cabeça de vocês, a vontade de acertar… Mas botem uma coisa na cabeça de vocês. Nós, pessoas de bem, somos maioria desse Brasil”, disse.
Carlos Bolsonaro repercutiu a fala do pai. “O presidente Jair Bolsonaro enaltece o ministro Sergio Moro após decisão do STF que liberta Lula. Não tenho dúvidas que esse jogo virará! O Brasil não aceita mais o show dos bandidos do PT, PCdoB, Piçóu (PSOL) etc! Paciência e inteligência! Sei que o jogo virará rapidamente”, escreveu no Twitter.
Antes, Eduardo Bolsonaro havia, na mesma rede social, criticado a soltura de milhares de presos. “Cagam na cabeça da sociedade, ignoram o risco de botar em liberdade 160.000 presos. Não esqueçam que latrocidas, p.ex., cometem seus crimes independente da vítima ser de direita ou esquerda”, postou.
Ao citar a possibilidade de 160.000 presos deixarem a cadeia com base na decisão do STF, no entanto, Eduardo Bolsonaro usa uma estimativa equivocada, que chegou a circular por um tempo, mas foi desmentida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) – segundo o órgão, a medida deve atingir cerca de 4.900 detentos.
A correção foi feita pelo deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), que o chamou de “mentiroso” e espalhador de fake news. “Você sabe que são 4.800 casos avaliados e não são latrocínios”, escreveu. Eduardo ironizou: “Ah! Só 4.800, dá nada né, deputado defensor de bandido (…). Vai lá deputado milionário, peça justiça para Marielle e depois discurse pela solutra de milhares de bandidos só para beneficiar seu líder preso”.
O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) não fez comentário hoje, mas postou um recado no Twitter na terça-feira 5. “Sou totalmente favorável à prisão em 2ª instância!”, postou.