A juíza Sandra Regina Soares, da 9° Vara Federal de Curitiba, negou na última sexta-feira, 22, um novo pedido de liberdade para o homem acusado de liderar uma quadrilha que planejou sequestrar o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e outras autoridades, como o promotor de Justiça paulista Lincoln Gakiya.
No despacho, a magistrada afirma que as investigações estão em curso e que a soltura de Janeferson Aparecido Mariano Gomes poderia prejudicar o andamento dos trabalhos. “A participação em organização criminosa visando o sequestro de um senador da República, determinado com o único propósito de acuar o estado, já demonstra os riscos que os investigados representam para a sociedade (…). Veja-se que a investigação policial evidenciou a adoção do mesmo modus operandi empregado pela facção criminosa nos homicídios de Alex Belarmino Almeida Silva e Melissa de Almeida Araújo, servidores públicos lotados na Penitenciária Federal em Catanduvas/PR. Assim, a gravidade dos fatos é inquestionável”, escreveu a magistrada.
A defesa do acusado tentou mais uma vez convencer o Judiciário de que seu cliente não chegou a executar o plano, pois os supostos crimes cometidos não passaram de uma ideia. Além disso, afirma que os atos foram cogitados em 2022, quando Moro não havia sido eleito senador.
Segundo as investigações, Janeferson Aparecido Mariano Gomes tem três apelidos no mundo do crime: Nefo, NF e Dodge. Membro da chamada Sintonia Restrita da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), ala responsável por atentados e resgates de presos, Nefo não se envolve em outras empreitadas da quadrilha, como sequestros e execuções de inimigos. A exceção é o tráfico de drogas, segundo investigadores.
Na ação frustrada pela Polícia Federal, em março, Nefo foi preso em São Paulo, assim como sua namorada, Aline de Lima Paixão (ela foi para prisão domiciliar dias depois). Uma ex-esposa e uma mulher apontada como amante do chefe do bando também estão entre os detidos preventivamente.