Pelo menos dezesseis pessoas foram presas desde a última quinta-feira, 22, durante confronto entre a Polícia Federal e garimpeiros ilegais em Humaitá, no Amazonas. Com disparos de munição não-letal pelas forças de segurança e rojões pelos criminosos, o conflito escalou para uma verdadeira batalha campal nas ruas do município, que tem cerca de 57 mil habitantes e fica no sul do estado, próximo à divisa com Rondônia, a 700 quilômetros da capital Manaus.
O conflito teve início na tarde de ontem, quando os garimpeiros invadiram prédios públicos na cidade amazonense como retaliação a uma operação da PF, no início da semana, que destruiu mais de 200 balsas utilizadas por grupos de extração ilegal de minério na floresta. A confusão escalou quando os invasores reagiram com violência à chegada das forças policiais e resistiram à prisão.
A briga se intensificou de tal forma que a Polícia Federal, pressionada pelos garimpeiros, teve de solicitar apoio das Polícias Militar e Civil do Amazonas, além de receber reforço de policiais militares de Rondônia para conter os ataques.
Vídeos que circulam nas redes sociais registram momentos de pânico entre a população local, que transitava pelas ruas enquanto policiais e criminosos trocavam disparos. Além de balas de borracha, os agentes tentaram conter o avanço dos garimpeiros com bombas de gás lacrimogêneo.
https://twitter.com/karinapinheir5/status/1826400254155260341
https://twitter.com/Iwaraki1997/status/1826397420332208268
https://twitter.com/redeondadigital/status/1826659642761773314
Operação contra garimpo no Rio Madeira
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP) amazonense, o motivo da revolta foi a destruição de embarcações utilizadas para o garimpo ilegal no Rio Madeira e seus afluentes, Rio Aripuanã e Rio Manicoré, em localidades no Amazonas e em Rondônia. A Operação Prensa foi deflagrada pela Polícia Federal em conjunto com o Ibama e a Funai na última segunda-feira, 19, e inutilizou 223 balsas de grupos criminosos em três dias de atuação.
De acordo com a Polícia Federal, a operação continua por tempo indeterminado nos próximos dias e visa à proteção ambiental e das comunidades indígenas da região. “A prática da atividade na região, além de causar danos ao meio ambiente e à saúde pública em virtude da contaminação do rio por mercúrio e cianeto, também interfere na cultura de povos tradicionais, uma vez que áreas indígenas chegaram a ser invadidas pelos criminosos”, informa o comunicado publicado pela PF.