Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana

Maílson da Nóbrega

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
Continua após publicidade

Tormentas que continuam longe

O Brasil se distanciou das crises financeira e cambial

Por Maílson da Nóbrega Atualizado em 4 jun 2024, 13h24 - Publicado em 16 jul 2021, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A pandemia de Covid-19 e seus terríveis efeitos serão lembrados por muito tempo, mas cabe recordar que ficaram distantes duas outras graves crises: a financeira e a do balanço de pagamentos, também conhecida como crise cambial.

    Até o fim do século passado, essas duas crises causavam enorme destruição econômica. A financeira se caracterizava por quebra de bancos em cadeia e forte contração do crédito. Faliam as empresas mais endividadas e as que dependiam do financiamento do capital de giro.

    A crise cambial começava com a valorização da moeda via manejo da taxa de câmbio pelo governo, que reduzia a competitividade dos produtos brasileiros. Cresciam as importações e os déficits comerciais ficavam insustentáveis. Depois, vinham as maxidesvalorizações corretivas, que explodiam a inflação, destruíam empresas e ampliavam o desemprego. A crise podia vir também do exterior, com efeitos semelhantes. Foram os casos das do petróleo de 1973 e 1979 e da moratória mexicana de 1982, que provocou uma parada súbita da oferta de crédito externo.

    “O país perdeu dinamismo, mas estaria pior se ainda estivesse suscetível a esses impactos”

    A crise financeira sumiu a partir de 1987, graças a mudanças institucionais. O Banco Central (BC) deixou de agir como banco de fomento, dedicando-se à estabilidade da moeda e do sistema financeiro. Com a adesão do Brasil ao Acordo de Basileia e a criação do Comitê de Política Monetária, o BC tornou-se um regulador eficaz, comparável aos melhores do mundo, capaz de monitorar o sistema financeiro e contribuir para sua solidez. Estamos há 25 anos sem crise financeira, um período sem paralelo. O acesso ao crédito se ampliou.

    Continua após a publicidade

    Na área do balanço de pagamentos, o câmbio flutuante nasceu em 1999. Agora, as intervenções do BC visam a evitar volatilidade excessiva da taxa de câmbio. O tripé macroeconômico — metas para a inflação, câmbio flutuante e austeridade fiscal — melhorou muito a gestão macroeconômica. Ao mesmo tempo, nos beneficiamos do ciclo de preços de commodities de 2000-2014, de maior acesso aos mercados internacionais de capitais, do êxito na exportação de bens primários e da queda de risco do país.

    Assim, acumulamos reservas internacionais, o que reforçou a confiança interna e externa na economia. Apesar de erros do segundo mandato de Lula e da gestão de Dilma Rousseff, as contas externas se mantêm saudáveis. As reservas, de 353 bilhões de dólares, superam tanto a dívida pública externa, de 79 bilhões de dólares, quanto o endividamento externo total, de cerca de 300 bilhões de dólares. Temos ostentado a inédita e invejável posição de credor internacional líquido, isto é, possuímos mais reservas do que devemos no exterior.

    O Brasil perdeu dinamismo econômico, resultado da quase eliminação dos ganhos de produtividade, que são as fontes essenciais de geração de desenvolvimento, emprego, renda e riqueza. Somente profundas reformas nos devolverão a capacidade de crescer satisfatoriamente, mas estaríamos piores se ainda fôssemos suscetíveis a essas duas crises.

    Publicado em VEJA de 21 de julho de 2021, edição nº 2747

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.