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Maílson da Nóbrega

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Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
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O PT diz que Joaquim Levy é o culpado pela recessão de Dilma. Pode?

Na verdade, ele iniciou o desmonte das medidas equivocadas da petista, que estão na raiz da crise

Por Maílson da Nóbrega Atualizado em 24 ago 2018, 12h27 - Publicado em 24 ago 2018, 12h25
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  • Conjunto de ações está sendo discutido pelo ministro da Fazenda Joaquim Levy com a presidente Dilma, com o objetivo de garantir a menor redução possível na meta de superávit primário
    Conjunto de ações está sendo discutido pelo ministro da Fazenda Joaquim Levy com a presidente Dilma, com o objetivo de garantir a menor redução possível na meta de superávit primário (Ueslei Marcelino/Reuters)

    É difícil dizer se é ilusão de ótica, despreparo ou cegueira ideológica (talvez uma mistura de tudo isso), mas o PT acaba de dizer que a recessão não foi causada pela má gestão de Dilma Rousseff, mas por Joaquim Levy, ministro da Fazenda de seu segundo mandato.

    Assim falou Márcio Pochmann, um dos responsáveis pelo programa do partido, em entrevista ontem concedida ao serviço Broadcast da Agência Estado. Para ele, Dilma fez a opção pela recessão. A Fundação Perseu Abramo, por ele presidida fez um documento “em que fomos contra as medidas recessivas” sob orientação de Levy.

    Na verdade, Joaquim Levy iniciou o desmonte das medidas equivocadas de Dilma, que estão na raiz da crise. Elas acarretaram forte elevação da relação entre a dívida e o PIB, que era de 51% em 2014 e alcançaram mais de 70% no momento do impeachment.

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    Destaque-se a transferência, ao BNDES, de recursos do Tesouro equivalentes a 10% do PIB para financiar essencialmente programas de escolha de campeões nacionais, em favor de grandes empresas. A expansão do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), para facilitar a reeleição e sem os cuidados devidos, aumentou fortemente a inadimplência. Gastos maiores e mal feitos com programas sociais foram outra face dessa realidade.

    Na área monetária e creditícia, Dilma forçou o Banco Central a reduzir a taxa de juros básica (Selic) em meio a sinais de aumento da inflação. Obrigou os bancos públicos a baixar suas taxas para forçar os bancos privados a fazerem o mesmo. Não deu certo, mas isso minou a credibilidade do Banco Central, que perdeu a capacidade de coordenar expectativas, a qual é fundamental para cumprir metas de inflação.

    Expandiu-se o crédito de consumo com a ideia de aumentar o potencial de crescimento. Quando isso é feito sem ampliação da oferta, como foi o caso, o efeito ao longo do tempo se traduz em inflação e excessivo endividamento das famílias. Foi o que aconteceu.

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    Na área cambial, deram errado ações para a desvalorização da moeda nacional, baseadas na visão de que câmbio depreciado é o que faz aumentar as exportações. Ao mesmo tempo, a economia se fechou ainda mais com barreiras às importações. O resultado foi a piora das contas externas e pressões inflacionárias.

    Todo esse descalabro provocou forte desequilíbrio macroeconômico. Para enfrentar a correspondente elevação da inflação, Dilma cometeu novos equívocos, tais como a intervenção ruinosa no setor elétrico e o controle dos preços da Petrobras. Para esconder a expansão fiscal, recorreu à contabilidade criativa, que foi a base de seu impeachment.

    Até hoje paga-se o preço dessas intervenções. Por exemplo, a energia elétrica subiu 16,4% este ano. A queda de confiança provocou retração do consumo e dos investimentos, causando a recessão.

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    Talvez se possa aplicar um termo mais preciso para a conclusão do PT: desfaçatez.

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