Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana

Maílson da Nóbrega

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
Continua após publicidade

Mesmo quando muda, PT fica preso a velhas ideias

O partido insiste na equivocada ideia de usar reservas internacionais para investimento e sugere intervenções preocupantes no mercado de câmbio

Por Maílson da Nóbrega 11 out 2018, 13h03
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Mesmo no afã de ganhar no segundo turno das eleições presidenciais, o PT não consegue abandonar propostas inviáveis ou fracassadas. Seu programa incorporava ideias preocupantes como a convocação de uma nova Assembleia Constituinte e o controle social da mídia, que agora se estenderia ao Judiciário.

    Na área econômica, o partido prometia tributar o spread bancário e usar as reservas internacionais para financiar investimentos de infraestrutura. A tributação do spread bancário, sem paralelo no mundo, teria o objetivo de forçar a queda dos juros, penalizando os bancos que praticassem as taxas mais altas. Ocorre que a parte mais expressiva do alto spread bancário vem da tributação e do elevado custo de recuperação do crédito, dado o viés anticredor do Judiciário. Tais problemas não se resolvem com tributação do spread, que terminaria resultando em aumento da taxa de juros, ao contrário do que quer o PT.

    A ideia de utilizar reservas internacionais para financiar investimentos em infraestrtura ignora duas questões básicas. Primeira, as reservas estão denominadas em moeda estrangeira, o que exigiria sua venda no mercado para arrecadar os correspondentes reais. Isso provocaria valorização cambial que prejudicaria as exportações e beneficiaria as importações, impactando negativamente a balança comercial e a taxa de crescimento da economia. Segunda, as reservas integram o balanço do Banco Central, que está proibido de financiar o Tesouro por força de dispositivo constitucional.

    O partido diz que abandonou a ideia de uma nova Constituinte e deixou de insistir no controle social da mídia e do Judiciário. No campo econômico, insiste no uso de reservas internacionais para financiar investimentos, mas faz juras em favor do tripé macroeconômico – metas para inflação, câmbio flutuante e austeridade fiscal. O aspecto positivo da defesa do tripé macroeconômico é, na prática, o abandono da desastrada “nova matriz macroeconômica” da época de Dilma Rousseff. O PT reconhece, implicitamente, que a matriz é a fonte da maior recessão da história.

    Acontece que a promessa de volta do tripé está sujeita a visões intervencionistas do partido. É verdade que na área das metas para a inflação o PT propõe apenas discutir experiências de outros países para aperfeiçoar o nosso regime. Mas, ao prometer conferir maior estabilidade a variáveis como câmbio, juros e inflação, o novo programa sugere uma regulação de operações especulativas, “em particular no mercado de derivativos e interbancário”. Embora diga que não deseja controlar esses preços, a proposta de regulação das chamadas “operações especulativas” parece esconder o ideal de promover uma taxa de câmbio “competitiva” em favor da indústria nacional. A experiência mostra que esse tipo de intervenção tende a produzir mais problemas do que bons resultados.

    Em suma, o PT mudou o seu programa, mas continuou prisioneiro de ideias perigosas.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.