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Lillian Witte Fibe

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É. Pode ser.

Candidatos na GloboNews: Alckmin dá sono. Até dar uma resposta espantosa. Ciro continua o Ciro de sempre. Alvaro e Marina me pareceram firmes e seguros

Por Lillian Witte Fibe Atualizado em 3 ago 2018, 16h40 - Publicado em 3 ago 2018, 16h00
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  • Não perdi uma sílaba do que disseram os candidatos a presidente, nas longas entrevistas que vêm dando esta semana à GloboNews.

    Alvaro Dias: me surpreendeu. Bem treinado e afiado, tirou de letra mesmo as perguntas mais difíceis. É fato que está numa posição mais confortável do que os demais e, portanto, tinha motivos para parecer relaxado e à vontade: até outro dia, era um dos mais improváveis candidatos, e chegou onde chegou. Está no lucro. Saiu-se relativamente bem até no difícil momento Romário. A despeito de estar ou não com a razão, tinha a resposta pronta.

    Marina Silva: outra surpresa. Foi muito melhor do que eu esperava. Assertiva. Quase brava. Interessante, por exemplo,  a resposta sobre a resistência dos ruralistas a ela e o agronegócio sustentável. Aproveitou pra contar que esteve em Londres, onde representantes da Unilever lhe confirmaram que, em futuro próximo, muitas multinacionais só comprarão matéria-prima produzida em conformidade com a preservação do meio ambiente. O assunto mais difícil para ela – me pareceu – é aborto.

    Ciro Gomes: dos três, o que menos me surpreendeu. Talvez porque o conheça há mais tempo do que os outros dois. Conseguiu não se alterar, e até fez movimentos para quebrar o gelo com os jornalistas. Não sirvo muito de parâmetro para isso, porque tenho ouvido treinado de jornalista, mas: aquela insistência, logo no começo, na tecla “não vou dar uma de madre superiora” me soou como dor de cotovelo de um candidato cuja pedra no sapato, até aqui, tem um nome muito mais parecido com o de Marina Silva do que com o de Lula, apesar das entortadas que ele, Ciro, vem tomando do PT especialmente nos últimos dias, especialmente em Pernambuco. Também não precisava repetir tanto que é “velho professor de direito”, precisava? De novo: ressalvo que isso pode ser coisa minha, de jornalista viciado em edição etc.

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    Geraldo Alckmin: surpresa zero, sonolência mil. Dos quatro, o único que me fez abrir o Twitter pra dar uma olhada em notícias outras. Foi aí que vi que não era só eu: o Noblat também esteve à beira de um cochilo (ou mais de um?). Alckmin procurou passar a imagem de quem tem experiência de cuidar do maior estado do país sem tê-lo mergulhado no caos fiscal de tantos exemplos outros de norte a sul. Com razão, usou bem essa ferramenta de marketing. Foi mal nas respostas sobre Aécio e principalmente sobre a presença de Aloysio Nunes no ministério de Temer. Chegou a pronunciar algo como “o cargo de chanceler não tem ingerência da política” (não anotei na hora, não garanto que seja textual e não tive paciência pra ouvir de novo). Mas o sentido foi esse, sim, o que me levou a um momento de grande espanto. Acordei.

    Ele tenta ir pela via da credibilidade, estabilidade e confiabilidade.
    É.
    Pode ser.
    Sobre todos: grandes traçados de políticas sociais?
    Convincentes propostas de política nacional de segurança pública?
    De combate à corrupção?
    Esqueça.
    (Falar a verdade, eu nem esperava mesmo ouvir alguma ideia inovadora ou minimamente original nos programas de governo. Olha que não foi por falta de pergunta.)
    Ah, sim, e não menos importante, sobre perpetuação no poder: Marina segue enfaticamente contra a reeleição e jura que, se eleita, fica apenas quatro anos. Alckmin, reeleito em São Paulo, ficou em cima do muro.

     

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