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Reposição de testosterona: estudo traz algumas respostas e outras dúvidas

Pesquisa com homens em tratamento com o hormônio supre lacunas e provoca novos debates na área

Por Carlos Eduardo Barra Couri*
Atualizado em 15 Maio 2024, 23h38 - Publicado em 23 jun 2023, 16h00
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  • ​Não é de hoje que o uso de testosterona provoca controvérsia entre a comunidade médica. E não apenas em função da aplicação para fins mais estéticos. Uma discussão eterna envolve o impacto no coração da prescrição a homens com deficiência desse hormônio.

    É nesse contexto que saiu um importante estudo na prestigiada revista médica The New England Journal of Medicine. E, como era de esperar, ele já vem gerando burburinho no meio científico.

    ​A pesquisa, batizada de TRAVERSE, veio em cheio tapar uma lacuna no conhecimento sobre a segurança cardiovascular da reposição de testosterona em homens com déficit desse hormônio. Ela avaliou os efeitos do uso de testosterona em gel em pessoas com idade de 45 a 80 anos que tinham deficiência comprovada de testosterona por exames e critérios clínicos.

    Cerca de 48% dos pacientes tinham mais de 65 anos de idade e 55% apresentavam doença cardiovascular prévia, como infarto ou derrame cerebral. Vale destacar que 68% tinham diabetes e que a grande maioria estava acima do peso.

    Foram incluídos cerca de 5 mil homens no experimento. Metade deles usou diariamente gel de testosterona a 1,62% na pele e outra metade usou gel com placebo (uma substância sem efeito terapêutico algum). O objetivo era manter os níveis de testosterona, que eram baixos, dentro das metas usuais (nada de superdosagem). E ver o que acontecia…

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    Após o seguimento mediano de cerca de 2 anos e meio, o estudo mostrou que quem usou testosterona em gel não teve aumento de risco de infarto, derrame e morte por causa cardiovascular.

    Mas alguns pontos merecem atenção nessa história e vamos apontar a lupa para eles.

    Temos que destacar que foram incluídos homens que tinham alto risco cardiovascular. E com exames laboratoriais e sintomas inequívocos de testosterona baixa. No seguimento, não houve diferença entre o grupo placebo e o grupo que usou testosterona na ocorrência de câncer ou de aumento benigno da próstata, nem na ocorrência de casos novos de diabetes.

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    Porém, dentre os pacientes que usaram reposição hormonal, houve um maior risco de fraturas, arritmias cardíacas e lesão renal aguda (mas em números absolutos pequenos). Estes efeitos adversos não eram esperados.

    Em suma, o estudo TRAVERSE nos trouxe uma informação importante quanto à segurança cardiovascular da reposição de testosterona em gel, mas nos indica também que a prescrição do hormônio em homens adultos ou idosos com deficiência requer uma boa ponderação caso a caso quanto a prós e contras.

    Respostas foram dadas e dúvidas levantadas…. É assim que caminha e evolui a medicina.

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    * Carlos Eduardo Barra Couri é endocrinologista, pesquisador da USP de Ribeirão Preto e idealizador e coordenador do Endodebate 

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