“Pessoas de alto escalão da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais (Seinfra), como fazem (ou faziam) questão de exibir em suas páginas digitais, deixaram empresas, das quais eram sócias, para se dedicarem à consultoria para as principais concessionárias de rodovias do país, pouquíssimo tempo antes de assumirem cargos públicos (…) Certamente, o assalto ao setor de obras públicas foi dificultado após a operação Lava Jato, porém é bom ficar de olho. As concessões de rodovias e obras de infraestrutura são a nova ‘praia’, em estado quase virginal, em que a corrupção pode dar saltos enormes, castigando o usuário final com pedágios exorbitantes (…) Suspeita-se agora que a Seinfra, esse importante órgão do Estado, possa ter sido dada, de porteira fechada, a empreiteiras e seus representantes. (…) Parece que chegou a vez das concessões. O quadro é alarmante. O governador [Romeu Zema], especificamente, pode pagar um preço muito alto, pois, no caso do Rodoanel [da região metropolitana de Belo Horizonte], validou, sem enrubescer, um edital que as concessionárias elaboraram com valores que garantem lucros estrondosos a empresas declaradamente envolvidas em casos de corrupção. Ninguém no governo se espanta, ninguém se pronuncia. Parece que o absurdo em questão não afeta quem hoje administra o Estado.”
(Vittorio Medioli, prefeito de Betim pelo PSD de Minas Gerais e presidente do grupo Sada, com interesses em transporte rodoviário de cargas, fabricação de autopeças, concessionárias, logística, siderurgia e geração de energia.)