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Lula negocia com partidos de centro de olho no segundo turno

Ele acha que será mais fácil atrair PDT, MDB, PSDB e PSD, além de frações do bolsonarismo, depois da eleição do novo Congresso

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 set 2022, 19h37 - Publicado em 13 set 2022, 06h00
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  • As pesquisas das últimas 72 horas mostram que Lula ainda não tem fôlego suficiente para liquidar a eleição no primeiro turno. Não é impossível, mas essa possibilidade está distante, sobretudo num cenário de crescimento de Ciro Gomes e Simone Tebet.

    Lula permanece estável na liderança, com vantagem de cerca de oito pontos percentuais, na média, em relação a Jair Bolsonaro.

    O quadro de estabilidade intenções de voto, com variações marginais, levou Lula a negociações para composição de uma frente antibolsonarista no segundo turno.

    Aos aliados deu sinal verde para ofensiva pelo voto útil. Porém, ao mesmo tempo, retomou conversas com líderes do MDB, PSDB, PSD e do PDT, por exemplo.

    O evangelho do voto útil é tradicional nas ações do Partido dos Trabalhadores às vésperas de uma eleição. Tem sido assim, desde a estreia de Lula como candidato à presidência, em 1989.

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    Na essência, o voto útil possui um carma autoritário, porque confronta a razão da livre escolha do eleitor num processo democrático. Mas Lula aprecia a ambiguidade no modo de fazer política.

    Nem sempre dá certo e a reconciliação com Marina Silva, ontem, é prova eloquente. Foram 14 anos de distanciamento desde a quinta-feira 8 de maio de 2008, quando Lula desautorizou a então ministra do Meio Ambiente numa reunião com empresários no Palácio do Planalto. “Ela não é isenta”, disse ao lançar um projeto para a Amazônia.

    Dias depois, ele estava no Itamaraty quando soube que Marina anunciara a demissão à imprensa. Foi o último a receber uma dura carta de protesto da ministra contra sua guinada na política ambiental.

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    Ontem, Lula reencontrou Marina, agora candidata a deputada federal pela Rede Sustentabilidade em São Paulo. Pela régua eleitoral, provavelmente, ela não acrescenta muitos votos ao candidato presidencial. Mas, para Lula, representa um avanço na direção ao centro, agora de braços dados com uma personagem icônica do movimento ambientalista.

    Ela foi além do protocolo, e descreveu em público a base do acordo eleitoral: “O senhor se compromete diante do Brasil no conjunto do programa e ao que se soma aqui, agora, de criarmos uma autoridade nacional para o enfrentamento das mudanças climáticas; a demarcação das terras indígenas que foi a maior contribuição do nosso, do seu governo, deve ser retomada; e, igualmente, a criação de unidades de conservação.”

    Lula se movimenta para compor uma espécie de frente ampla no segundo turno. Tentou construir esse “movimento” — definição dele — quando em janeiro anunciou a intenção de reunir forças políticas de centro em torno da sua candidatura. Não conseguiu e renova a aposta na etapa seguinte ao 2 de outubro.

    Com o novo Congresso eleito e apenas dois candidatos no páreo presidencial, acha que tende a ser mais fácil atrair partidos como MDB, PSDB, PSD e o PDT, além de frações do bolsonarismo céticas quanto à perspectiva de poder do errático Jair Bolsonaro.

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