Lula e Jair Bolsonaro têm um problema comum para resolver até a próxima semana: como estimular cerca de 26 milhões de eleitores a sair de casa para votar no domingo, dia 30.
Eles escolheram não ir às urnas no primeiro turno, ao contrário de outros 123 milhões. As razões são diversas — do medo de confusão, indicado nas pesquisas, ao custo do transporte, mais caro do que a multa cobrada pela ausência.
O histórico indica tendência de aumento da abstenção eleitoral do primeiro para o segundo turno. Em 2018, por exemplo, houve crescimento de cerca de 2,5 milhões na ausência.
No domingo passado, Lula foi o candidato que mais perdeu com a abstenção, estimam pesquisadores como Antonio Lavareda.
“Foi na abstenção que se perderam as intenções de voto de Lula e dos candidatos da terceira via” – comentou em análise divulgada a clientes do Ipespe, com base no confronto de tendências detectadas por cinco institutos, antes da votação, e os resultados apurados pelo tribunal Superior Eleitoral.
Como se trata de um oceano de votos, capaz de definir qualquer eleição, quem não for à caça desses eleitores se arrisca a perder a eleição. Para comparação, Lula venceu Bolsonaro na primeira rodada com vantagem de seis milhões de votos. É volume equivalente a apenas 23% dos eleitores que não foram às urnas no domingo passado.