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José Casado

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Inflação zero é alívio para governo ainda inseguro com as próprias contas

Recuo na inflação dos alimentos, se persistir, pode mudar a avaliação negativa que eleitores vêm fazendo sobre o rumo da economia

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 11 set 2024, 16h31 - Publicado em 11 set 2024, 08h00
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  • Inflação zero em agosto é boa notícia para todos. Para o governo, significa mais ‑ um alívio.

    Na métrica do IBGE, houve uma queda suave (- 0,02%) no índice de preços ao consumidor.

    Melhor notícia é o declínio nos preços dos alimentos (-0,73%) pelo segundo mês seguido ( -1,51 em julho).

    Representa um alento para o governo, que demonstrava aflição com a persistente alta desses produtos.

    Inflação de alimentos é fantasma que todo e qualquer governo deseja exorcizar. O recuo, se persistir, pode mudar a avaliação negativa que eleitores vêm fazem sobre o rumo da economia, como mostram diferentes pesquisas.

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    Não há consenso entre economistas a respeito das causas da deflação, além do que sugerem as estatísticas oficiais, nem sobre o rumo da economia neste segundo semestre e no próximo ano.

    É natural. Como costuma ocorrer entre políticos, sociólogos e jornalistas tem-se quatro opiniões divergentes em cada grupo de três economistas.

    Notável é a insegurança no governo sobre o cenário econômico da segunda metade do governo Lula.

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    Crescem as pressões para que o Banco Central reduza a taxa de juros, na próxima semana. Ao mesmo tempo, percebe-se apreensão com o aumento do desequilíbrio nas contas públicas em cenário de desvalorização de preços dos principais produtos vendidos ao exterior, estimulado pelo freio na economia da China – mercado de um terço das exportações brasileiras.

    Há pouca confiança no crescimento, até agora alimentado pela expansão dos gastos governamentais e pelo consumo das famílias. Sem impulso nos investimentos – o que depende do reequilíbrio nas contas públicas ‑ ficam fragilizadas as chances de segurança econômica nos últimos dois anos do governo. Ou seja, na temporada prévia à eleição presidencial de 2026.

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