Com o aval de Lula, nesta segunda-feira (22/1), a campanha eleitoral deste ano será irrigada por 53 bilhões de reais extraídos do orçamento federal.
Esse volume de dinheiro é equivalente à soma do faturamento de 147 mil microempresas privadas, cada uma delas com vendas anuais de 360 mil reais e empregando de nove a 19 pessoas em atividades comerciais, de serviços ou industriais.
Corresponde, também, à receita somada de 170 das maiores empresas privadas do país — todas faturando acima de 300 milhões de reais por ano e cada uma empregando mais de 100 pessoas nos segmentos de comércio, serviços e indústria.
A maior parte (48,1 bilhões) desses recursos destina-se ao financiamento de obras pequenas em municípios escolhidos conforme o interesse eleitoral de deputados e senadores.
O restante do dinheiro (4,9 bilhões) será compartilhado por 29 partidos políticos envolvidos na disputa pelas prefeituras e câmaras municipais.
A distribuição entre eles é desigual, baseia-se na proporção da bancada que cada um possui na Câmara dos Deputados.
Esse critério leva à concentração de um terço do fundo eleitoral em apenas duas organizações políticas.
O Partido Liberal (PL), que abriga Jair Bolsonaro, vai receber 803 milhões de reais para financiar as suas campanha municipais.
Já o PT de Lula terá um caixa de 604 milhões.
Os demais vão dividir, proporcionalmente, os 3,4 bilhões restantes desse fundo público.
Será a eleição de prefeito e vereador mais cara da história. Prevê-se um gasto médio de 337,5 reais por eleitor.
Isso equivale a 24% do novo salário mínimo, estabelecido pelo governo em 1.412 reais.
Nunca antes, parlamentares federais tiveram acesso a tantos recursos do orçamento para influenciar nas eleições em suas cidades
Quem vai pagar a conta é a sociedade. Como dizia a ex-primeira-ministra britânica Margaret Tatcher 1925-2013), não existe dinheiro público, existe somente o dinheiro de quem paga impostos.