Jair Bolsonaro e Pedro Castillo, presidente do Peru, se encontraram em Porto Velho na última quinta-feira.
Castillo chegou ao poder há seis meses, depois de uma vitória publicamente lamentada por Bolsonaro — “perdemos o Peru, vai assumir um cara do Foro de São Paulo”, disse o brasileiro na época.
O tempo passou, Bolsonaro disse ter “superado” o preconceito, e até posou para fotografias com o chapéu que pediu emprestado a Castillo, um “rondero” muito usado por agricultores em algumas regiões do Peru.
A imagem e os sorrisos foram o que restaram de um encontro presidencial, onde o brasileiro queria uma coisa, o peruano outra, e como ambos não tinham interesse nas ofertas que recebiam, criou-se “um grupo de trabalho”.
Castillo chegou ao Brasil com a mais nova versão do seu ministério. Em seis meses de governo já trocou 17 ministros. É recorde: um novo ministro a cada dez dias.
A nova equipe não sobreviveu 24 horas. “Tomei a decisão de recompor o ministério”, anunciou o presidente peruano na noite de ontem.
Sob instabilidade máxima na política, o Peru está estagnado desde julho passado. Entre Lima e Brasília crescem as dúvidas sobre a capacidade de sobrevivência de Castillo nas próximas semanas.