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Aécio faz PSDB romper aliança e complica disputa em Minas Gerais

Partido lança candidato em disputa que tende a ser acirrada, mas ainda está indefinida no segundo maior colégio eleitoral do país

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 11 Maio 2022, 08h39 - Publicado em 11 Maio 2022, 08h00

Fato relevante em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país: o PSDB rompeu a aliança com o governador Romeu Zema e anunciou a candidatura de Marcus Pestana ao governo estadual.

Pestana, 62 anos, economista, foi secretário de Saúde e deputado federal por dois mandatos, entre 2011 e 2019.

Ele entra numa competição que tende a ser acirrada, mas ainda indefinida para mais da metade dos 16 milhões de eleitores do Estado, donos de 10,7% dos votos nacionais.

Um de cada dois mineiros ainda não escolheu candidato, segundo pesquisa realizada pelo jornal O Tempo, de Belo Horizonte, divulgada ontem.

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Romeu Zema (Novo) e Alexandre Kalil (PDT), ex-prefeito de Belo Horizonte, lideram as intenções de voto entre os eleitores que, espontaneamente, citam nomes de candidatos. O governador exibe vantagem em torno de 15 pontos percentuais sobre o adversário.

A candidatura de Pestana deve de complicar o jogo: o PSDB governou Minas por década e meia e mantém peso específico no interior — domina uma centena de prefeituras e agrupa 900 vereadores.

Na ruptura da aliança com Zema há uma demonstração de força partidária desenhada pelo ex-governador Aécio Neves, candidato à presidência em 2014 derrotado por Dilma Rousseff (PT).

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Inconformado com a derrota, se tornou o primeiro político a perder uma eleição e contestar o resultado com suspeitas de fraude no sistema de votação eletrônica. Pediu recontagem e contratou auditoria independente, que acabou confirmando a legitimidade da vitória da adversária. Réu em processo de corrupção, foi absolvido em março.

Suas agruras políticas nos últimos oito anos se refletiram no definhamento do PSDB mineiro. Com o movimento de ontem tenta restaurar perspectiva de poder no segundo principal colégio eleitoral do país, e num ambiente em que, até agora, a disputa está circunscrita a dois personagens, Zema e Kalil, sem histórico político ou lastro partidário relevante no Estado.

Ele lidera uma ala de oposição ao candidato presidencial do próprio partido, João Doria, ex-governador paulista. Manobra para substituí-lo na convenção do PSDB, em junho, pelo ex-governador gaúcho Eduardo Leite, numa aliança com a senadora Simone Tebet, candidata presidencial do MDB.

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Ao empurrar o PSDB de volta à cena eleitoral mineira, Aécio projeta o próprio futuro. Por enquanto, se mantém na disputa pela reeleição na Câmara — o sexto mandato de deputado federal.

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