Acusações de traição à pátria marginalizam filho de Bolsonaro
Aos 41 anos de idade, Eduardo Bolsonaro se tornou um político marginalizado pelo potencial radioativo
“Não podemos apoiar nenhum tipo de sanção por parte de nações estrangeiras dirigida a membros de qualquer Poder constituído da República”, afirmou Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, em comunicado divulgado nesta quarta-feira (30/7). Acrescentou: “Isso vale para todos os parlamentares, membros do Executivo e ministros dos Tribunais Superiores.”
Poderiam ser apenas duas frases inócuas somando 38 palavras, numa reafirmação do óbvio ululante que é o dever dos servidores públicos de obediência à Constituição. No entanto, a menção ao colaboracionismo com governo estrangeiro para ataque ao país foi entendida por parlamentares como mensagem com endereço certo: o deputado Eduardo Bolsonaro, eleito pelo Partido Liberal de São Paulo. Ele defende as sanções impostas por Donald Trump ao Brasil, supostamente a pretexto de proteção do pai que enfrenta julgamento por crimes constitucionais, entre eles tentativa de golpe de estado.
A referência de Motta, acham alguns deputados, indica celeridade no caso do filho de Jair Bolsonaro. No Congresso e no governo ele tem sido acusado de traição à pátria e está sob risco de perda do mandato. Lula tem se repetido na denúncia em discursos, mas sem citá-lo. A Procuradoria-Geral da República mantém inquérito específico.
A disposição do presidente da Câmara sobre esse caso será testada a partir da próxima semana, na reabertura do Congresso. Como o pai, o deputado Bolsonaro se mantém em delinquência contínua, sempre amparado no espírito de corpo parlamentar.
É possível que, agora, tenha tropeçado num limite, porque, como sugere a nota de Motta, nenhum parlamentar quer associar sua imagem à de “traidor da pátria”. Não é bom para reeleição, entre outras razões. Aos 41 anos de idade, Eduardo Bolsonaro se tornou um político marginalizado pelo potencial radioativo.







