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A “caixa-preta” de Bolsonaro desapareceu

Foram 132 semanas de suspeitas sem fundamento. Não se conhece o valor do prejuízo para o banco e as empresas. Ontem, Bolsonaro se desmentiu

Por José Casado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 jun 2021, 10h58 - Publicado em 18 jun 2021, 09h30
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  • Sede do BNDES
    Auditoria independente custou R$ 48 milhões aos contribuintes. E sua conclusão foi idêntica à apuração que o BNDES já havia realizado — uma redundância ao preço de R$ 363,3 mil por semana, no período (Maurício A. C./Flickr)

    Durante 33 meses, Jair Bolsonaro disseminou suspeitas sobre contratos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com os grupos privados JBS, Bertin e Eldorado, realizados entre 2005 e 2018, nos governos Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer.

    Na campanha eleitoral, setembro de 2018, afirmou: “Os venezuelanos morrem de fome devido à tirania de um governo que anda de mãos dadas com a ditadura cubana. Via BNDES e outras fontes de seu dinheiro o Brasil é um dos maiores patrocinadores do socialismo que massacra milhões no mundo. Isso vai mudar!”

    Dois meses depois, em novembro, estava eleito quando anunciou: “Firmo o compromisso de iniciar o meu mandato determinado a abrir a caixa preta do BNDES e revelar ao povo brasileiro o que feito com seu dinheiro nos últimos anos.”

    Em julho do ano seguinte disse, em público, dirigindo-se ao presidente do banco Gustavo Montezano: “Então, Gustavo vai abrir essa caixa-preta, inclusive, inclusive, pessoas físicas. Pessoal comprou aviãozinho aí, de R$ 20 milhões. Tá legal? Estou dando o recado aí? Via da peixada, com o BNDES no meio da parada. Nada contra, não foi nada ilegal, sem problemas, mas, a gente vai mostrar, o João, a Maria, todo mundo que usou do BNDES dessa forma por ser amigo do Lula e da Dilma. Você tinha que ser amigo deles. Então, o BNDES com seus dias contatos aí, aquela tremenda caixa-preta”

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    O banco fez uma auditoria interna, nada encontrou. Bolsonaro mandou fazer outra. Recebeu o relatório em janeiro do ano passado, mas não se conformou com o resultado, indicando a inexistência de irregularidades.

    Então, questionou o valor do serviço: “Essa auditoria começou no governo Temer. E tiveram dois aditivos. O último aditivo parece, não tenho certeza, seria na ordem de R$ 2 milhões (…) Tá errado. Tá errado. Tá certo? Tem coisa esquisita aí, parece que alguém quis raspar o tacho. Parece, tá certo?”

    LEIA TAMBÉM: BNDES anuncia reorganização da diretoria do banco

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    Ontem, mudou de ideia sobre a caixa-preta, o BNDES, os contratos e auditoria: “Não é caixa-preta aquela lá, tudo foi aprovado por alteração de Medidas Provisórias. Não foi caixa-preta na verdade, tá aberto aquilo lá. Eu também pensava que era caixa-preta. Está aberto no site do BNDES, os empréstimos todos para os outros países aí.”

    Foram 132 semanas de suspeitas sem fundamento. Não se conhece o valor do prejuízo para o banco e as empresas envolvidas.

    Sabe-se que a auditoria independente custou R$ 48 milhões aos contribuintes. E sua conclusão foi idêntica à apuração que o banco estatal já havia realizado — uma redundância ao preço de R$ 363,3 mil por semana, nesse período.

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