Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês

Jorge Pontes

Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Jorge Pontes foi delegado da Polícia Federal e é formado pela FBI National Academy. Foi membro eleito do Comitê Executivo da Interpol em Lyon, França, e é co-autor do livro Crime.Gov - Quando Corrupção e Governo se Misturam.
Continua após publicidade

Tem caroço no angu dos Gomes

Ciro, Cid e Lúcio Gomes foram alvos hoje de uma operação repressiva da PF

Por Jorge Pontes
Atualizado em 15 dez 2021, 15h24 - Publicado em 15 dez 2021, 12h18
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A família Ferreira Gomes já pode pedir música no Fantástico: Ciro, Cid e Lúcio Gomes foram alvos hoje de uma operação repressiva da PF.

    A Operação Colosseum, que investiga fraudes em licitações públicas que teriam ocorrido há oito anos, mais precisamente nas reformas da Arena Castelão, apontou indícios do pagamento de R$ 11 milhões em propinas, por meio de dinheiro vivo ou de doações oficiais. A Justiça também determinou a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico dos três irmãos Gomes e de outros alvos da ação da PF.

    Bom lembrar que durante os áureos tempos da Lava Jato, quando ainda corria o ano de 2017, Ciro Gomes surpreendeu a imprensa com a declaração de que, se fosse alvo da operação, receberia a Polícia Federal e Sergio Moro “à bala”.

    Em outra oportunidade, Ciro disse que, se ele fosse eleito, colocaria o Ministério Público “de volta na caixinha”.

    Pois bem: hoje não se viu sinal dessa valentia toda. Nem bala e nem retroescavadeira (por parte de Cid Gomes) entraram em ação.

    Continua após a publicidade

    Mas, em compensação, Ciro já saiu com a narrativa esfarrapada de que é mais uma vítima “do estado policial que se instaurou no país”.

    Essa conversa de criminalização da política cai muito bem para a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal, mas não convence mais os eleitores brasileiros.

    Afinal, foi a Polícia Federal que resolveu incriminar deliberadamente a política ou foi a política no Brasil que virou sinônimo de bandalheira com dinheiro público?

    Uma investigação como essa normalmente é pilotada por um delegado, que por sua vez conta com um escrivão e um grupo de não mais de meia dúzia de agentes federais, todos concursados, que não devem nada a ninguém, principalmente aos políticos de plantão desse cenário degradante da nossa política.

    Continua após a publicidade

    O delegado submete as evidências coletadas – e as respectivas demandas – a um juiz federal, que por sua vez pede a manifestação de um procurador da República. Tanto o juiz federal como o membro do Ministério Público Federal são concursados, e igualmente não devem absolutamente nada a ninguém.

    É bom que fique bem claro que policiais federais, juízes e procuradores não são comissionados e não fazem parte dessas legiões de apaniguados que vivem às custas e gravitando em torno desses políticos, em seus redutos regionais.

    A Operação Colosseum tem um viés educativo e envia uma importante mensagem para o eleitor: engana-se quem passa certificado de honestidade para governos onde não estouram escândalos de corrupção. Esses crimes não acontecem à luz do dia, são complexos e de difícil e delongada investigação. A Lava Jato foi deflagrada em 2014, sobre fatos que ocorreram em 2006…

    Mas sempre é bom lembrar, até mesmo para quem se apresenta como professor de Direito, que a ação de hoje da PF foi realizada para a instrução de um inquérito policial, com o objetivo de confirmar fatos que foram objeto de uma delação premiada titularizada por executivos da Galvão Engenharia – e que não há ninguém condenado, nem tampouco denunciado, ainda.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    1 Mês por 4,00

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.