Os três longas que J.A. Bayona fez antes de Jurassic World: Reino Ameaçado – o terror O Orfanato, o drama O Impossível e o drama fantástico Sete Minutos Depois da Meia-Noite – já seriam recomendação suficiente para qualquer cineasta. Mas, para mim, a chave para o trabalho dele está nos dois primeiros episódios da temporada inaugural de Penny Dreadful (aquela série maravilhosa que, se você não viu, deveria ir correndo ver). No primeiro, Night Work, Bayona dá uma leitura ao mesmo tempo poética, trágica e terrível para os experimentos do Dr. Frankenstein com ressuscitação de cadáveres. No segundo, Séance, faz uma sessão mediúnica ir além – muito além – de qualquer coisa que eu já havia visto e, de quebra, leva a atuação de Eva Green a um patamar espetacular, que ela manteria então durante toda a série. Quem assistir a este quinto capítulo da série Jurassic com atenção vai encontrar ecos desses dois episódios por todo o filme. E especialmente na segunda metade, quando a ação se transfere da natureza, onde sempre vimos os dinossauros, para uma mansão gótica. Aí, Bayona demonstra o dom especial que os espanhóis têm para tratar o horrível e o belo como uma coisa só e a mesma coisa.
Veja aqui a entrevista que ele deu em uma passagem por São Paulo dois meses antes de lançar o filme: