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Satélite identificou óleo antes de chegar a Morro de São Paulo

Imagens mostram que teria sido possível conter a poluição antes que ela chegasse ao ponto turístico

Por Jennifer Ann Thomas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 out 2019, 14h21 - Publicado em 24 out 2019, 12h16
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  • O óleo que contaminou as praias de Morro de São Paulo poderia ter sido contido antes de poluir a ilha.

    É o que mostra uma imagem de satélite obtida com exclusividade por este blog. O registro identificou uma mancha que estava na superfície do mar e não na subsuperfície.

    No dia 21 de outubro, uma mancha com área total de 1,76 quilômetros quadrados foi detectada pelo satélite Sentinel-1A. Às 8h11 daquela data, ela estava a 16,4 quilômetros da costa. O volume estimado do óleo da mancha era de cerca de 362 metros cúbicos — 350 toneladas só de óleo.

    Mesmo com essa dimensão, a informação não quer dizer que a mancha chegou intacta às praias. Enquanto está em alto mar, o material se quebra com as ondas e se reparte em pedaços menores. É por isso que em alguns pontos o óleo surgiu como várias bolas pequenas.

    satélite_óleo
    (Divulgação)
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    Também foi possível cruzar a informação com a direção do vento, o que indicou que a rota mais provável seria, de fato, em direção a Morro de São Paulo.

    No dia 22, o óleo chegou às praias do destino turístico. Com a análise das imagens, teria sido possível estabelecer uma estratégia de contenção do material com barreiras offshore. Além disso, seria necessário um recolhedor de óleo, equipamento chamado de skimmer, e uma embarcação para armazenar a substância contida.

    Há estratégias de contenção tanto para os casos em que há óleo na superfície quanto na subsuperfície. As imagens de satélite comprovam que houve momentos em que o óleo esteve na superfície, o que permitiria a prevenção da contaminação antes que chegasse às praias. Quando o vazamento fica somente na subsuperfície, também é possível coletar o óleo, apesar de ser uma operação muito mais complexa. Nesse caso, a maior dificuldade é encontrar o ponto exato para o recolhimento — problema enfrentado pelas autoridades e empresas que atuam no setor.

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    Áreas sensíveis, como o Arquipélago de Abrolhos, por exemplo, já poderiam ter estruturas de segurança preparadas para a aproximação do óleo. Embarcações, barreiras de contenção e equipamentos de recolhimento são a estrutura necessária.

    Até o momento, 233 locais foram afetados, em pelo menos 88 municípios dos nove estados do nordeste. De acordo com a Marinha, mais de mil toneladas já foram recolhidas nos locais atingidos. Contudo, o material se mistura à areia, que compõe quase metade do peso total.

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