“A Bélgica aprovou nesta quinta-feira a eutanásia em crianças de qualquer idade com doenças terminais”, informa a VEJA.com, como se elas tivessem discernimento o suficiente para opinar sobre algo tão definitivo e fosse assim uma grande conquista civilizatória que pais, médicos e um psicólogo ficassem encarregados de comprovar esse suposto discernimento – o que, na prática, pode gerar tentativas conjuntas de convencer a criança – para autorizar a morte das ditas-cujas.
“É possível, sim, que a lei acabe sendo pouco, sei lá como dizer, ‘acionada’”, como já observou Reinaldo Azevedo, mas isso certamente é o de menos, observo eu, para pedófilos e militantes pró-pedofilia do mundo inteiro que agora poderão alegar: “Se as crianças já podem escolher algo tão definitivo quanto a morte, por que não poderiam escolher algo tão efêmero quanto o sexo?” Vai ver, com a aprovação dos pais (num primeiro momento), também está tudo bem.
A cultura da morte não traz apenas a morte. Traz também toda sorte de imoralidades à vida.
Felipe Moura Brasil – https://www.veja.com/felipemourabrasil
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