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Felipe Moura Brasil

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Análises irreverentes dos fatos essenciais de política e cultura no Brasil e no resto do mundo, com base na regra de Lima Barreto: "Troça e simplesmente troça, para que tudo caia pelo ridículo".
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As 7 mentiras de Obama no discurso sobre o Estado da União (das quais a mídia esquerdista não vai falar)

Por Felipe Moura Brasil Atualizado em 31 jul 2020, 04h33 - Publicado em 29 jan 2014, 18h44

As notícias no Brasil eram gastança de Dilma no exterior, confronto de polícia e black bloc, reforço da militância petista na internet, concurso público para ativista LGBT e outras coisas desse nível, de modo que fui ali passar a minha semana mental nos EUA, em busca de picaretagens mais interessantes. Mas avisem às periguetes que eu voltarei.
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Traduzo abaixo as 7 (principais) mentiras do discurso de Obama, muito bem resumidas pelo Independent Journal Review, porque não basta gritar “mentiroso!” diante de um “democrata” como “néver bifó in de rístori ófi dis cântri”, é preciso mostrar ao público onde e como ele mente.
 
1) A desigualdade de renda é a pior que já existiu!
 
Obama disse: “[H]oje, após quatro anos de crescimento econômico, os lucros das empresas e os preços das ações raramente foram mais elevados, e aqueles que estão no topo nunca estiveram melhor. Mas salários médios praticamente não se alteraram. A desigualdade se aprofundou. A ascensão da mobilidade foi interrompida. O fato nu e cru é de que, mesmo no meio da recuperação, muitos americanos estão trabalhando mais do que nunca apenas para sobreviver, quanto mais para ir adiante.”
 
Há todos os tipos de erros ocorrendo aqui, mas aqui está um dos maiores: “a desigualdade de renda” foi pior em 2000 e em 2007. Mas se você ajustar a taxa de tributação maciça que o governo faz e a redistribuição da riqueza já em curso, a igualdade de renda é a mesma que era em 1987. É muito fácil de demonstrar que a única razão pela qual Obama finge que isto é um crime repentino que precisa ser tratado agora é que o Obamacare é um desastre que precisa ser ignorado.
 

2) Aumentar o salário mínimo vai ajudar as famílias.

 
Obama disse: “[Nós] temos uma lei para corrigir isso, aumentando o salário mínimo para 10,10 dólares … Isso vai ajudar as famílias. Ele vai dar às empresas clientes com mais dinheiro para gastar… Então juntem-se ao resto do país. Digam sim! Deem um aumento à América!”
 
Não é difícil acreditar que Obama, que nunca geriu uma empresa, não entende que forçar artificialmente uma empresa a pagar a alguém mais do que seu salário vale a pena vai colocar mais pessoas fora do mercado de trabalho. Tornar mais cara a criação de emprego leva a menos empregos.
 
Comentei no Facebook logo depois do fim…
 
Argumentos de Obama para pedir o aumento do salário mínimo para 10 dólares e 10 centavos por hora:
 
– “É fácil de lembrar: dez, dez.”
– “Digam sim!”
 
[Ver meus dois posts a respeito: Bill Gates e o salário minimo e “Encarando a verdade sobre o salário mínimo” – um artigo fundamental de Thomas Sowell.]
 
3) O aumento do salário mínimo para os trabalhadores federais traz alívio imediato.
 
Obama disse: “Nas próximas semanas, vou emitir uma ‘ordem executiva’ [decreto semelhante à medida provisória no Brasil] exigindo que os empregadores federais paguem aos funcionários financiados pelo governo federal um salário justo de pelo menos 10,10 dólares por hora, porque se você cozinha as refeições das nossas tropas ou lava seus pratos, você não deveria ter de viver na pobreza!”
 
Mas a maioria dos funcionários de empregadores federais ganham mais do que o salário mínimo, de modo que este se aplica a apenas cerca de 10 % das pessoas, ou 200.000 funcionários. Finalmente, este aumento salarial não será aplicável até 2015, no mínimo, e mesmo assim apenas para os novos contratos, e não os antigos.
 
4) Quantos americanos ganharam seguro sob [o sistema de saúde] Obamacare?
 
Obama disse: “…mais de 9 milhões de americanos já se inscreveram para o seguro de saúde privado ou a cobertura Medicaid.”
 
Mas, na verdade, cinco milhões de americanos perderam o seguro, o que significa que este número não é um ganho líquido. Em outras palavras, a grande maioria já tinha seguro antes do Obamacare. Apenas 11% podem ser novas inscrições para o Obamacare. Finalmente, o sistema de pagamento para o site federal do Obamacare não está concluído; quem sabe quantos deles irão experimentar mais “falhas”?…
 
Como escreveu Karl Rove no Twitter:
 

Karl Rove remorse

“Nenhum remorso. Nenhum pedido de desculpas a milhões de pessoas que perderam a cobertura por causa do ObamaCare ou têm mensalidades mais elevadas, franquias maiores.”

Não falei? Retratação para esquerdista é uma “selfie” bem tirada.
 
5) Obama vai reduzir a burocracia que está atravancando os empregos na área de construção!
 
Obama disse: “…vamos precisar do Congresso para proteger mais de 3 milhões de empregos até o fechamento das contas de transporte e vias navegáveis neste verão. Mas vou agir por conta própria para reduzir a burocracia e simplificar o processo de licenciamento para os projetos-chave, para que possamos ter mais trabalhadores de construção empregados o mais rápido possível.”
 
Mas o que realmente está atravancando esses projetos é a falta de dinheiro, e não a burocracia. Joshua Schank, do “think tank” Eno Center for Transportation [Centro Eno para Transporte] explica:
 
“A razão pela qual a maioria desses projetos está atrasada é que eles não têm dinheiro o suficiente. Então é ótimo que você esteja acelerando o processo de revisão, mas o processo de revisão não é o problema. O problema é que não temos dinheiro o suficiente para investir em nossa infraestrutura, em primeiro lugar.”
 
Talvez, se Obama não tivesse desperdiçado o que deveria ir para a infraestrutura em seu projeto de estímulo a elefantes brancos de energia verde e outros esquemas capitalistas de compadrio, poderia ter havido mais dinheiro para financiar esses projetos. No entanto, não só Obama não criou “empregos prontos para começar”, como ele realmente perdeu 720 mil deles na área de construção.
 
6) A sua mensalidade do Medicare subiu? É invenção sua!
 
Obama disse: “…por causa dessa lei (de assistência médica), nenhum americano pode nunca mais ser descartado ou ter negada a cobertura de uma condição pré-existente como asma, dores nas costas ou câncer… E fizemos tudo isso enquanto adicionamos anos para as finanças do Medicare, mantivemos planas as mensalidades do Medicare, e reduzimos os custos de prescrição para milhões de idosos.”
 
Isto simplesmente não é verdade:
 
Apesar de a mensalidade de base ter permanecido a mesma neste ano, em 104,90 dólares, ela aumentou em US$ 5 em 2013, a partir dos 99,90 dólares de 2012. A lei de assistência médica de Obama também aumentou as mensalidades de Medicare para os beneficiários de renda mais alta, e tanto o presidente quanto os republicanos propuseram expandir isso.
 
No papel, o fundo fiduciário gigante do programa para atendimento hospitalar ganhou mais de uma década de solvência por causa dos cortes para os prestadores de serviços exigidos pela legislação de saúde. Mas, na prática, essas economias não podem, simultaneamente, ser usadas para expandir a cobertura para os segurados e escorar o Medicare.
 
7) Obama criou 8 milhões de novos postos de trabalho nos últimos quatro anos…
 
Este número deixa de fora uma grande quantidade de empregos perdidos no início da presidência de Obama e escamoteia que esta recuperação tem sido a mais fraca desde a Segunda Guerra Mundial. De acordo com o Bureau of Labor Statistics [a Secretaria de Estatísticas de Trabalho], apenas um ganho líquido de 2,4 milhões de emprego foi adicionado sob o mandato de Obama (isto não leva em conta o crescimento da população, levando à menor taxa de participação laboral desde 1978).
 
Você pode pensar que Obama pode se meter em problemas em função de todas essas mentiras, mas você estaria errado – ele é um democrata, lembra? A mídia quase não vai mencioná-las, ou vai simplesmente ignorá-las todas de uma vez. E para os americanos que estão ocupados demais tentando ir adiante nesta economia terrível, sintonizar no discurso do Estado da União permite ao presidente solidificar esses tópicos enganosos nas mentes das pessoas.
 
Fonte: Independent Journal Review.
 
Quando a jornalista Candy Crowley, da CNN, inverveio a favor de Obama no último debate contra Mitt Romney (que só agora quebrou o silêncio a respeito do episódio), dizendo que o presidente havia, sim, se referido ao ataque terrorista em Bengasi, especificamente, como um “ato de terror” em seu primeiro discurso no dia seguinte (o que é mentira), eu escrevi:
 
“Que mal há em evitar o vexame de Obaminha quando está todo mundo olhando e alinhavar umas desculpas sonsas quando a maioria já voltou à vida normal? Isso aí rende até prêmio na mídia esquerdista. No Brasil, Candy Crowley ganharia uma coluna semanal e já estaria cogitada para uma vaga na ABL.”
 
Em outras palavras: a esquerda sabe que os momentos de atenção nacional para um evento televisionado são os que mais valem no fim das contas para a propaganda – e não mede esforços para torná-la o mais enganosa possível. Os eleitores de baixo nível de informação (os “low-info voters”, como chama o radialista Rush Limbaugh, que são a maioria do eleitorado) não acompanham depois a única emissora – a Fox News – e a infinidade de sites, blogs e programas de rádio conservadores que fazem os desmentidos. Daí a importância da reação imediata da oposição, embora esta, ainda que existente, ao contrário da brasileira, esteja muito longe de reagir à altura do “profissionalismo” esquerdista.
Obama Montagem SOTU
Felipe Moura Brasil – https://preprod.veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
 
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