‘Monica’: filme faz retrato delicado de família separada pelo preconceito
Produção em cartaz nos cinemas acompanha história de mulher trans que volta ao lar para cuidar da mãe doente
Tudo é muito sutil no filme Monica. Dos enquadramentos irregulares e íntimos do diretor italiano Andrea Pallaoro aos diálogos sucintos e seus longos silêncios, as cenas convertem para o desconforto vivido pela protagonista do título, interpretada pela atriz Trace Lysette. Misteriosa e solitária, Monica é uma massagista de dia e camgirl à noite. Um telefonema inesperado a leva de volta à casa de sua família após 20 anos longe: sua mãe está doente, confusa, e precisa de cuidados 24 horas por dia. O laço profundo entre as duas foi quebrado quando a matriarca, vivida pela ótima Patricia Clarkson, abandonou a filha que se assumiu trans. Diante da nova dinâmica familiar, muito distinta daquela que ela conhecia no passado, Monica vai se reconectar com a mãe e o irmão superando traumas e criando novas memórias. Um belíssimo filme sobre como o preconceito separa e causa dor, enquanto o amor restaura o que nunca deveria ter sido quebrado. O longa que tem coprodução brasileira está em cartaz nos cinemas.