Agendado para chegar ao Brasil na próxima quinta-feira, 18, o longa Guerra Civil, protagonizado por Kirsten Dunst e pelo brasileiro Wagner Moura, estreou nos cinemas americanos na última semana, com um desempenho acima do esperado nas bilheterias: produzido pela A24, responsável pelo oscarizado Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, o filme se transformou no primeiro longa da produtora a liderar a bilheteria americana, e na melhor estreia da história do estúdio, com uma arrecadação de 25,7 milhões de dólares (142,6 milhões de reais na cotação atual) nos primeiros dias em cartaz.
Dirigida por Alex Garland, a trama polêmica custou 50 milhões de reais e mergulha em um futuro distópico em que os Estados Unidos entram em uma guerra civil: em meio à revolta da população, movimentos separatistas se estabelecem e a Constituição é extinta pelo presidente fictício. O filme é narrado pela ótica de jornalistas que fazem uma viagem de Nova York até a Casa Branca em busca de uma entrevista com o presidente. Lee (Dunst) é uma experiente fotógrafa de guerra, que aprendeu a não se envolver com as tragédias que registra. Joel, personagem de Wagner Moura, é um viciado na adrenalina da caça à notícia, enquanto a novata Jessie (Cailee Spaeny) representa o olhar de quem ainda não está calejado diante da barbárie. No caminho, eles encontram desde pessoas que, em lugares isolados, fingem não haver uma guerra, até extremistas que se valem da terra de ninguém para agir como querem.
Lançado em ano de corrida presidencial nos Estados Unidos, o filme despertou sentimentos mistos entre os americanos, e foi acusado de quer dividir o país. Escrita em 2020, a produção se abstém de escolher um lado de forma óbvia, mas traz alfinetadas ao ex-presidente Donald Trump — em vias de disputar a eleição deste ano com Joe Biden, reprisando a disputa de 2020.
Em um painel do SXSW após a estreia do filme, Garland disse que fazia sentido lançar Guerra Civil agora, embora não haja nada de novo no controverso discurso político que domina o país. Já controverso na época, Trump vem elevando o tom de seu discurso contra os direitos individuais, como o aborto e a transição de gênero — e chegou a ameaçar instituições que não o apoiam totalmente, entre elas o respeitado FBI.
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