Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana

Em Cartaz

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Do cinema ao streaming, um blog com estreias, notícias e dicas de filmes que valem o ingresso – e alertas sobre os que não valem nem uma pipoca
Continua após publicidade

‘Garra de Ferro’ expõe maldição de clã de lutadores da vida real

No filme, a história real de cinco irmãos lutadores que brilham nos ringues mas têm destino trágico oferece um tocante estudo sobre as angústias masculinas

Por Thiago Gelli Atualizado em 4 jun 2024, 09h29 - Publicado em 16 fev 2024, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Inspirando-se de forma escancarada em oficiais nazistas, o texano Jack Adkisson (1929-1997) trocou seu nome pela alcunha de Fritz Von Erich, fez de seu uniforme uma sunga preta combinada a uma jaqueta adornada por uma cruz de ferro para se tornar um dos vilões de maior sucesso da luta livre. Em seu golpe característico, pressionava o crânio dos oponentes até arrancar sangue. Fora dos ringues, contudo, era um tradicional pai de família americano. Criou seis filhos com a mesma rigidez e hipermasculinidade que apresentava ao público, oferecendo de herança a profissão, um canal de TV e o golpe indefectível. Mas, em 1993, já havia perdido cinco deles: um por acidente, um por causa natural e três em suicídios. Trágica ao ponto do inacreditável, a história real logo suscitou um nome macabro: a Maldição dos Von Erich. Mais de trinta anos depois, a fim de romper o misticismo e olhar para as falhas estruturais e emocionais que arruinaram a família, o cineasta Sean Durkin então produziu, escreveu e dirigiu o drama Garra de Ferro (The Iron Claw, Estados Unidos/Reino Unido, 2023), que chega aos cinemas em 7 de março.

    Seis balas num buraco só: A crise do masculino
    Mulherzinhas – Adoráveis Mulheres: Edição Integral

    Contada por Kevin (Zac Efron), único sobrevivente da família, a história mostra os irmãos como jovens ambiciosos, bem-humorados e diversos entre si: enquanto o protagonista sonha em conquistar a maior ambição do pai — o título mundial dos pesos-­pesados da categoria —, Kerry (Jeremy Allen White) é atleta olímpico, David (Harris Dickinson) é comunicador nato e Mike (Stanley Simons) quer ser roqueiro — por opção dramatúrgica, o caçula Chris não é retratado no longa. Nesse ponto, o grupo já lida com a perda do irmão mais velho, Jack Jr., morto num acidente aos 6 anos — mas eles ainda esbanjam joie de vivre. Quando David morre por enterite e Kerry é impossibilitado de concorrer na Olimpíada, porém, todos os filhos são obrigados a seguir o caminho do pai na anedótica luta livre, sendo gradualmente esmagados pela dor e pela pressão. Semelhante a enredos como Adoráveis Mulheres e As Virgens Suicidas, o filme expõe suas figuras viris com delicadeza raramente prestada à subjetividade masculina.

    As virgens suicidas

    Assim, Efron equilibra a vulnerabilidade mais tocante de sua carreira com os músculos mais inchados que já teve, desarmando diversas farsas de Kevin — a maturidade ilusória, a agressividade e a ideia de que homens não choram. Sempre à sombra do pai, os irmãos mortos jamais puderam ir além da projeção de um homem frustrado e de seu provincianismo. Já ao lutador que sobrevive, resta descobrir que a vida exige bem mais honestidade e força do que qualquer ringue.

    Publicado em VEJA de 16 de fevereiro de 2024, edição nº 2880

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.