Em março de 2022, a família do astro Bruce Willis anunciou sua aposentadoria em razão de um diagnóstico de afasia — caracterizada pelo transtorno de linguagem causado por dano cerebral, que afeta a capacidade de comunicação da pessoa. Agora, os familiares de Willis revelaram ter descoberto uma progressão da doença: o ator de 67 anos recebeu um novo diagnóstico de demência frontotemporal (DFT). “Infelizmente, desafios com a comunicação são apenas um sintoma da doença que Bruce enfrenta. Enquanto isso é doloroso, é também um alívio finalmente chegar a um diagnóstico claro”, diz o comunicado.
A demência frontotemporal, ou DFT, é uma doença ainda sem cura, com tratamento focado em cuidar dos sintomas — já que é progressiva, ou seja, não pode ser revertida e costuma se intensificar com o tempo. Enquanto o tipo mais comum de demência é o Alzheimer, a DFT corresponde entre 5 a 10% dos casos, segundo um estudo de 2022 da revista científica Nature. A doença costuma se manifestar nos pacientes de idade mais jovem que os afetados pelo Alzheimer: geralmente, a DFT aparece antes dos 60 anos. Trata-se de uma condição de demência com forte ligação genética — ainda segundo a pesquisa, 15% dos casos se dão por uma mutação específica em um gene.
“A DFT é uma doença cruel da qual muitos de nós nunca ouvimos falar e que pode atingir qualquer um. Para pessoas com menos de 60 anos, a DFT é a forma mais comum de demência, e como o diagnóstico pode levar anos, a DFT é provavelmente muito mais dominante do que sabemos”, diz o comunicado publicado pela família de Willis no site da Associação para a Degeneração Frontotemporal. “À medida que a condição de Bruce avança, esperamos que qualquer atenção da mídia possa se concentrar em iluminar esta doença que precisa de muito mais conscientização e pesquisa”.
A doença, conforme o nome, afeta os lobos frontais e temporais do cérebro, resultando em mudanças no comportamento e na linguagem, a depender de qual região mais atingir — no caso de Bruce, seria a temporal. Logo, a pessoa afetada pode apresentar transformações em seu comportamento social, muito pautado por impulsos e extremos, e até em sua personalidade. É, por isso, um diagnóstico pesaroso para os familiares e amigos, que se deparam com uma pessoa diferente daquela que costumavam conhecer.