Em 2023, o cinema feminista quebrou o velho paradigma dos blockbusters másculos e colocou Barbie — e suas críticas ao patriarcado — no topo das bilheterias. No ano seguinte – que nem começou – o efeito dominó já pode ser sentido: o festival de Cannes confirmou na manhã desta quinta-feira, 14 de dezembro, que Greta Gerwig, diretora do hit cor-de-rosa, será presidente do júri durante a edição que ocorre entre 14 e 25 de maio. Já na vizinha Alemanha, Lupita Nyong’o, encabeçará o quadro avaliador do Festival de Berlim, em fevereiro. Atriz e ativista conhecida por declarações anti-racistas e feministas, ela também trabalha com a organização ugandense Mother Health International, que assegura cuidados médicos a mulheres em nações subdesenvolvidas.
A Berlinale ocorre de 15 a 25 de fevereiro na capital alemã. Em comunicado oficial, os organizadores afirmaram que a Nyong’o encarna “versatilidade para realizar diferentes projetos” e carrega “coerência que é bastante reconhecível em seus personagens, por mais diversos que pareçam”. Em suas redes, ela afirmou se sentir honrada pelo título, que sucede a liderança de Kristen Stewart em 2023. O festival tem um histórico feminino melhor que Cannes, tendo selecionado 24 mulheres para o cargo, contra 13 do francês. Por outro lado, Lupita é a primeira pessoa negra e africana a ocupar a posição.
Já Cannes deve lotar a pequena cidade do litoral francês com estrelas glamourosas e os ricaços habituais entre 14 e 25 de maio. Aos 40, Greta é a presidente de júri mais jovem desde 1966, quando Sophia Loren comandou a cerimônia aos 31 anos, e a primeira mulher americana a presidir o quadro na história. Sob as responsabilidades do cargo, ela deve avaliar os filmes selecionados com os colegas de júri — ainda não divulgados — para entregar a Palma de Ouro. Na última década, apenas duas cineastas levaram o prêmio máximo: Justine Triet, por Anatomia de Uma Queda (2023), e Julia Ducournau, por Titane (2021).
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