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‘Coringa 2’: três enigmas cruciais que o trailer do filme esconde

Joaquin Phoenix ganha apoio de Lady Gaga em sequência que expande o universo do bombástico filme de 2019

Por Thiago Gelli Atualizado em 9 Maio 2024, 12h29 - Publicado em 10 abr 2024, 16h12
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  • Coringa: Delírio a Dois é um dos principais lançamentos de 2024, mas também um dos títulos mais misteriosos da safra anual. Sequência do filme que deu o Oscar a Joaquin Phoenix, sabe-se que o longa recruta a estrela pop Lady Gaga para o papel de Arlequina, namorada e comparsa do palhaço criminoso, mas não muito mais. As dúvidas, contudo, começaram a ser respondidas na noite de terça-feira, 10 de abril, quando o estúdio Warner Bros. divulgou as primeiras cenas da obra, contidas em 2 minutos de vídeo — frustrantes para quem já esperava respostas definitivas.

     

    Com pouco diálogo, o vídeo intercala registros do palhaço Arthur Fleck dentro do hospício com momentos da vida de Arlequina e cenas fantasiosas, que colocam os personagens em cenários teatrais e figurinos glamourosos muito diferentes do guarda-roupa mundano e cinzento comum ao universo. Eles dançam, flertam e vão juntos ao tribunal, mas os eventos permanecem difusos. Já por baixo da superfície, os recortes do filme assinalam detalhes narrativos que podem passar despercebidos.

    Números musicais

    Gaga e Phoenix devem cantar pelo menos 15 músicas ao longo do filme
    Gaga e Phoenix devem cantar pelo menos 15 músicas ao longo do filme (Warner Bros./Divulgação)

    Gaga e Phoenix dançam algumas vezes ao longo do trailer — em um palco com ares de antiga Hollywood, na rua movimentada e em um bar de jazz — mas nunca abrem a boca para cantar, enquanto suas ações são musicadas por uma versão de What the World Needs Now Is Love. Seguindo a tendência estabelecida recentemente por Wonka Meninas Malvadas, então, o material promocional suaviza seu gênero e pode enganar quem não sabe que Delírio a Dois deve ter ao menos 15 números musicais. O repertório cantado é descrito como “jukebox“, ou seja, aproveitará músicas pré-existentes que não foram idealizadas para a narrativa, como fazem os longas Moulin Rouge: Amor em Vermelho e Mamma Mia. Segundo a Variety, uma das faixas regravadas será That’s Entertainment, do filme A Roda da Fortuna (1953), mas demais detalhes ainda não foram divulgados, e a possibilidade de músicas originais permanece na mesa. A trilha, por sua vez, continua sob Hildur Guðnadóttir, que venceu o Oscar pelo trabalho feito no filme anterior.

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    Inspirações cinematográficas

    'Os Guarda-Chuvas do Amor' é o musical romântico mais popular de Jacques Demy
    ‘Os Guarda-Chuvas do Amor’ é o musical romântico mais popular de Jacques Demy (Warner Bros./Divulgação)

    O primeiro Coringa se inspirou profundamente em O Rei da Comédia de Martin Scorsese, no qual Robert De Niro vive um humorista maníaco obcecado por um apresentador de televisão. Desta vez, a referência principal do diretor Todd Philips não é tão clara, mas algumas possibilidades se destacam. Os guarda-chuvas pretos que se tornam coloridos aos 30 segundos do trailer acenam a Os Guarda-Chuvas do Amor (1964), clássico do francês Jacques Demy que retrata um romance malfadado entre uma vendedora e um soldado, indício que o final da história entre Coringa e Arlequina pode ser menos que feliz. O mesmo momento também pode sinalizar a proximidade do filme a outro título: Dançando no Escuro (2000), do dinamarquês Lars von Trier, em que uma imigrante tcheca idealista vivida pela cantora Björk enxerga sua vida nos Estados Unidos por meio de alucinações musicais positivas, independente do quão obscura é sua realidade.

    Por outro lado, caso Philips opte por continuar bebendo de Scorsese, o filme deve pegar emprestada a estrutura de New York, New York (1977), sob a qual um saxofonista e uma cantora se apaixonam, mas encaram uma série de problemas derivados da personalidade volátil do homem. Seja qual for a bússola criativa da vez, portanto, é difícil imaginar que a magia musical traga alguma boa sorte e felicidade ao casal protagonista.

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    A origem de Arlequina

    A versão de Lady Gaga terá raízes inéditas
    A versão de Lady Gaga terá raízes inéditas (Warner Bros./Divulgação)

    Criada pelos roteiristas de Batman: A Série Animada em 1992, Arlequina surgiu como a psicóloga Harleen Quinzel, responsável pelo tratamento do palhaço nefasto durante sua pena no Asilo Arkham. Lá, a dinâmica das sessões logo se inverteu e o paciente começou a manipular a doutora, a envolvendo com lamúrias românticas até romper sua psique e transformá-la na vilã cartunesca vestida de vermelho e preto. Em Delírio a Dois, todavia, Harleen — vivida por Lady Gaga — é uma paciente na instituição assim como Fleck, em patamar homogêneo com o amado. No trailer, ela é vista em um ensaio de coro e durante uma sessão de cinema com os demais pacientes, na qual propõe ao humorista escapar do lugar. É provável, então, que a personagem vivida por Gaga tenha maior domínio sobre suas ações.

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