Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês

Em Cartaz

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Do cinema ao streaming, um blog com estreias, notícias e dicas de filmes que valem o ingresso – e alertas sobre os que não valem nem uma pipoca
Continua após publicidade

As lições de felicidade e amadurecimento do diretor de um belo filme

Em entrevista a VEJA, James Gray falou sobre as escolhas que o levaram a revisitar a própria infância no tocante 'Armageddon Time'

Por Marcelo Canquerino 29 nov 2022, 10h01
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Em meio às mudanças culturais e políticas da década de 1980 no bairro do Queens, em Nova York, um jovem chamado Paul Graff (Banks Repeta) experimentou as alegrias (e principalmente dores) do amadurecimento sob regras sociais que ainda não conhecia muito bem. A jornada, descrita no filme Armageddon Time, é um exercício autobiográfico sobre a infância do diretor James Gray. Ao revisitar aquele período da própria vida, ele levanta discussões atualíssimas, do racismo que um amigo negro sofreu até as questões pessoais envolvendo antissemitismo. Em entrevista a VEJA, o cineasta falou sobre o longa, as escolhas que o levaram a revisitar a própria juventude e como ele enxerga seu passado hoje, aos 53 anos. Confira:

    Por que escolheu esse período de sua vida para retratar no filme? Prefiro narrativas abertas. Quando você é muito jovem, não tem compreensão do mundo. E talvez essa seja a melhor maneira de viver. Já na fase adulta você acha que tem uma compreensão mais completa. Mas a fase dos 11 ou 12 anos, logo antes de chegar à adolescência, é um momento de verdadeira turbulência. E é quando você começa a fazer avaliações do mundo como um lugar hostil e muito difícil. Então, eu me lembrei dessa série de incidentes na minha infância e pensei que eles tinham um significado real tanto como símbolo dos rumos do meu país quanto pessoalmente para mim e meus amigos. Foi um período muito importante.

    Agora, aos 53 anos, como enxerga a própria infância? Vejo minha infância como uma completa bagunça. Como algo grande e terrível, e tudo que fica no meio disso. Quanto mais penso naquela fase de minha vida, mais fico confuso. Na verdade, não faço julgamentos sobre o que fiz e por que fiz, apesar de enxergar algumas causas e raízes. Revisitar o período me deixou com um sentimento estranho por dentro, um sentimento desconfortável. Mas tudo bem. É o que deveria ser.

    Em determinado momento do filme, o protagonista vai de uma escola pública para uma particular onde Fred Trump (1905-1999), pai de Donald Trump, era presidente do conselho escolar. Como enxerga as gerações formadas naquele ambiente? Bom, de todo mundo que conheço da escola, hoje alguns estão apenas tentando ser artistas, mas em sua maioria são médicos, advogados, profissionais de alto escalão, banqueiros. Eles se saíram muito bem e provavelmente estão exatamente na mesma posição social e econômica que ocupavam quando nasceram. Como vejo isso? Com algum grau de cinismo. Apesar disso, também acho que eles estão vivendo suas vidas da melhor maneira possível. Não aponto dedos para aquelas crianças ou o que quer que seja. Todo mundo fez o melhor que pôde com o que tinha. Você só pode ir tão longe com sua compreensão de mundo quando sua educação e sua boa sorte permitem. Não é tão fácil sair de sua própria vida ou mundo e entender a si mesmo em qualquer tipo de contexto maior que exija muita sabedoria. Nem tenho certeza se tenho isso também. Não é fácil.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    1 Mês por 4,00

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.