Autor daquele que é amplamente considerado o melhor filme da história, O Poderoso Chefão (1972), Francis Ford Coppola acumula mais de vinte longas e cinco estatuetas do Oscar — e, aos 85 anos, não pretende parar. Atualmente em pós-produção, Megalopolis será seu primeiro longa desde o terror Virgínia, de 2011, e acaba de ganhar a data de sua primeira exibição pública: em 17 de maio, o cineasta e seu elenco exibirão o filme como parte da disputa pela Palma de Ouro do Festival de Cannes. A ocasião, então, encerrará uma espera de quarenta anos por aquele que promete ser o projeto mais ambicioso da carreira de Coppola, planejado desde a década de 1980 e financiado pelo próprio, que tirou 120 milhões de dólares de bolso após vender a maior parte de sua vinícola em 2021.
Na história, Nova York é obliterada por um desastre e o arquiteto Caesar (Adam Driver) então se voluntaria a reconstruir a metrópole como uma utopia. Um prefeito antagônico, porém, tem outros planos, e interfere tanto nas ambições urbanistas quanto na vida amorosa do protagonista, que é apaixonado pela filha do rival. Em entrevista ao portal Deadline, Coppola categorizou o filme como “incomum” e alheio ao mainstream atual, além do pico de sua própria “voz e aspirações”. Além de Driver, o elenco conta com Aubrey Plaza, Giancarlo Esposito, Nathalie Emmanuel, Jon Voight, Shia LaBeouf, Jason Schwartzman, Chloe Fineman, Kathryn Hunter e Dustin Hoffman.
Para o diretor de Cannes, Thierry Frémaux, a presença de Megalopolis na competição era um grande desejo, já que Coppola teria “construído a reputação” do festival, onde exibiu 13 de seus filmes, além de ter presidido o júri em 1993. Em Hollywood, porém, a recepção do longa é incerta. Segundo reportagem do veículo The Hollywood Reporter, uma exibição especial do trabalho aos chefes das principais distribuidoras americanas ocorreu em 28 de março e deixou a plateia confusa.
Nos relatos anônimos, um dos espectadores afirma não haver “qualquer ângulo para vender este filme”, enquanto outro diz que Coppola conseguiria firmar contrato com marcas alternativas, como A24 ou Neon — o problema, entretanto, seria a exigência do diretor quanto a uma campanha publicitária de grande porte, do tipo que custaria 40 milhões de dólares dentro do mercado americano e até 100 milhões no escopo global. A reportagem ainda afirma que grandes pretendentes, como Searchlight Pictures e Focus Features, já abandonaram a negociação.
Cannes, então, é a maior esperança para Megalopolis, que pode reverter a maré mediante a recepção da crítica e até possíveis prêmios vencidos. Em 2023, filmes como Segredos de um Escândalo, Zona de Interesse e Dias Perfeitos só encontraram compradores após o fim das festividades. Neste ano, a presidente do júri será Greta Gerwig, de Barbie e Adoráveis Mulheres, mas o quadro completo ainda não foi divulgado.
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