O melodrama Pedaço de Mim — novela brasileira da Netflix — encabeça a lista de séries mais vistas da plataforma no Brasil com uma premissa curiosa: Liana (Juliana Paes), uma mulher que sonha em ser mãe e toma estimulantes hormonais para engravidar do marido, é vítima de um estupro e, pouco depois, descobre estar grávida de gêmeos. Os bebês, no entanto, são filhos de pais diferentes — o que faz deles, na verdade, meio-irmãos. Chamada de superfecundação heteropaternal, a condição raríssima foi registrada apenas 20 vezes no mundo — e um caso que aconteceu no Estados Unidos, em 2009, inspirou a roteirista Ângela Chaves a desenvolver a trama.
A história real que inspirou Pedaço de Mim
Segundo a data citada pela autora, a história verídica que inspirou parcialmente a trama é a de Mia Washington, uma americana de Dallas, no Texas. Em 2009, a mulher deu à luz a dois garotos que nasceram com um intervalo de 7 minutos entre eles. Conforme cresciam, os bebês foram desenvolvendo fisionomias diferentes, o que fez a mãe desconfiar da paternidade. Encucada com a situação, ela submeteu os garotos a um teste de DNA que acabou comprovando que um deles era filho de seu marido, enquanto o outro era fruto de um relacionamento extraconjugal. Depois da descoberta, o marido — e pai biológico de um dos garotos — acabou perdoando a esposa pela traição e assumindo as duas crianças.
Como acontece a superfecundação heteropaternal?
Usualmente, o corpo libera apenas um óvulo por ciclo menstrual. Em alguns casos, no entanto, por algum desequilíbrio hormonal ou uso de estimulantes para tratamento de fertilidade — como em Pedaço de Mim — é possível que o ovário libere mais de um. Quando isso acontece e há relação sexual com mais de um parceiro em um curto espaço de tempo, é possível que cada óvulo seja fecundado pelo espermatozoide de uma pessoa, dando assim origem aos gêmeos de pais diferentes.
No Brasil, inclusive, houve um caso registrado em 2022, em Goiás. Na ocasião, uma jovem de 19 anos se relacionou com dois homens no mesmo dia, e acabou engravidando de ambos. A descoberta veio quando as crianças tinham oito meses: em dúvida sobre a paternidade, a mãe fez um teste com o material genético de quem achava ser pai dos meninos, mas o resultado deu positivo para apenas um deles. Depois, um novo exame confirmou que o outro garoto era fruto de uma segunda relação.
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