Na expectativa da apresentação de uma nova denúncia _ quiçá duas _ pela Procuradoria-Geral da República antes que Rodrigo Janot viva seu último dia útil de mandato em 15 de setembro próximo, o Palácio do Planalto tomou uma providência: mandou publicar no Diário Oficial da União a demissão de bem mais de uma centena de ocupantes de cargos federais nos estados ligados a deputados que votaram em favor da continuidade da primeira denúncia, por corrupção passiva. O espetáculo do fisiologismo II (o primeiro deu-se há cerca de um mês) ocorre de maneira preventiva: o governo demite infiéis com a promessa de dar s cargos aos que repitam a fidelidade.
O problema é que os tais demitidos não aplacam a sanha vingadora dos fiéis. Estes não se satisfazem com uma Funasa ali um Incra ali nos cafundós do País. Exigem a demissão dos cinco ministros dos PSDB, notadamente daquele que tem assento no Palácio do Planalto: Antonio Imbassahy, ex-homem de Antonio Carlos Magalhães, hoje homem de Aécio Neves. Uma corda bamba para ninguém botar defeito: se defenestrar os tucanos, Temer dá o pretexto ideal para Tasso Jereissati comandar a debandada argumentando que a iniciativa da ruptura foi o Planalto.
Se nada fizer, deverá rezar para que o Centrão esteja blefando quando diz que não segura a onde se os tucanos ficarem onde estão. Isso tudo sem contas a reforma política que não sai e a da previdência que, na visão dos deputados, está atrelada ao tal fundo de financiamento público que ninguém tem coragem de votar.
Mas o presidente vai para a China dizendo que “querem” parar o País. Onde está o tão habilidoso político, saudado por sua capacidade de construir consensos?