O (ainda) deputado estadual Arthur do Val será expulso do Podemos e só uma improvável mudança no ambiente de repulsa aos áudios sexistas e, sobretudo, desumanos que compartilhou com amigos, fará com quem escape de uma cassação do mandato por seus pares da Assembleia Legislativa de São Paulo.
Há quem se alie a ele na alegação de que o castigo é desproporcional ao crime, pois não é o único político a cometer atos e fazer declarações de cunho machista. Ocorre que além de um conjunto de erros não fazerem um acerto, nenhum dos seus companheiros de masculinidade tóxica expressaram essa característica no contexto e no cenário de uma guerra.
O (ainda) deputado fez diversos mea culpa, pediu desculpas e reconheceu a absurda agressividade de suas falas. Difícil, porém, conferir credibilidade ao arrependimento de quem cultivou a própria fama de “sincerão” como atesta seu dístico de “mamãe, falei”. Arthur do Val se notabilizou por se orgulhar de dizer o que pensa. Portanto, o que disse na Ucrânia sobre as mulheres refugiadas, a julgar por seus próprios critérios expressou exatamente o que ele pensa.