Em seu discurso de lançamento da pré-candidatura no sábado 7, Luiz Inácio Lula da Silva certamente dirá que a eleição não está ganha. Coisa que tem repetido, mas que ele mesmo contraria em suas atitudes.
Só a certeza íntima na vitória explica o ex-presidente considerar que não deve esclarecimentos aos brasileiros sobre seus planos para recuperar a economia do país. Disse à revista Time que só fala do assunto depois de ganhar as eleições. Para ele, quem estiver interessado deve procurar saber como foi a condução da economia em seus dois mandatos, encerrados há doze anos.
Fez o mesmo raciocínio diante da pergunta sobre como pretendia se articular com as forças políticas na composição de eventual governo. Duas questões importantes, muito mais que as tolices ditas sobre a guerra na Ucrânia, pois não é candidato a secretário-geral da ONU.
É postulante a presidir o Brasil, onde a principal preocupação das pessoas hoje é com a economia. O segundo tema, a composição política, também é crucial, visto que a cúpula do PT foi sentenciada e condenada por comprar, em seu governo, partidos e parlamentares para compor maioria no Congresso.
Lula está convicto de que o eleitorado contrário a Jair Bolsonaro, seja de esquerda, centro ou centro-direita, não terá saída a não ser marchar com ele. Está pedindo um cheque em branco, indiferente ao fato de que a série de declarações estapafúrdias que tem feito revelam um Lula sem filtro a precisar de uma correção de rumo.
Isso se não quiser acabar funcionando como cabo eleitoral de Bolsonaro.