É a tal história da mentira que, de tantas vezes repetida, acaba virando verdade. Dilma Rousseff é a personagem símbolo do enredo petista no comando do País, rico em todo tipo de manipulações. Ganhou fama de “mulher honesta”, versão comprada até pela oposição. Não foi uma nem foram duas vezes que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pôs suas acadêmicas mãos no fogo pela honestidade dela. Foram inúmeras as ocasiões em que esse atributo foi ressaltado antes e durante o processo do impeachment para mostrá-la como vítima de uma enorme injustiça. Pois Dilma teve seu mandato interrompido pelo que se viu (o crime de responsabilidade) e afastada do governo pelo que não se havia visto. Com clareza, acrescente-se.
A aparência de honestidade _ agora destruída nas revelações feitas por Mônica Moura e João Santana, os arquitetos da obra _ foi construída com ênfase semelhante à empregada na elaboração da imagem da Dilma competente, gerente da melhor qualidade. Ambas eram falsas, fruto da criatividade de João Santana, para quem a política é “um teatro”. Pois suas encenações não resistiram ao efeito detergente da realidade, embora tenham sido eficientes o bastante para fazer muita gente boa ignorar os fatos que colocavam Dilma em cena aberta do espetáculo de corrupção, como ministra das Minas e Energia, Chefe da Casa Civil, candidata à presidência eleita mediante estratagemas espúrios e governante desastrosa. Eleita duas vezes, quis o bom senso que governasse apenas uma vez e meia.