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Burnout não funciona como um botão liga-desliga, defende professor

Em novo espaço de conversa com autores, falamos com o ensaísta americano que questiona as noções atuais e a cultura do esgotamento pelo trabalho

Por Diogo Sponchiato Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 Maio 2024, 22h55 - Publicado em 9 ago 2023, 12h41
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  • Há alguma coisa de muito errado com o mundo do trabalho quando se começa a falar numa “epidemia de burnout“. E o americano Jonathan Malesic sabe melhor do que ninguém dos desafios e das questões existenciais que esse fenômeno suscita.

    Vítima de um burnout quando era professor universitário e tinha o emprego dos seus sonhos, o escritor passou a vasculhar, entre obras da psicologia à sociologia, passando pela literatura religiosa, como os Estados Unidos e boa parte do Ocidente criaram uma cultura do burnout e acabaram sufocados por ela.

    Rompendo com as visões mais comuns do esgotamento pelo trabalho, Malesic propõe novas formas de encarar essa condição. Sob a sua perspectiva, ela extravasa um diagnóstico médico e não opera na base de um botão liga-desliga. Seria melhor se tratássemos o burnout dentro de um complexo espectro em que podemos flutuar na labuta cotidiana.

    Em O Fim do Burnout (Vozes Nobilis), o escritor traça um panorama de como, tão cansados e estressados, chegamos até aqui, e de modelos alternativos que podem nos inspirar a estabelecer uma relação mais saudável com o emprego.

    O Fim do Burnout

    livro-burnout

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    Com a palavra, o autor.

    Hoje se fala em “epidemia de burnout”. Não estaríamos vivendo uma banalização do termo?

    Ouvimos tantos relatos alarmantes sobre altas taxas de esgotamento dos trabalhadores que se torna fácil simplesmente parar de prestar atenção e aceitá-los como a condição normal de trabalho. Se todos estão esgotados, talvez ninguém esteja. Muitos desses relatos, no entanto, são baseados em definições imprecisas e inconsistentes de burnout.

    Esse é um grande motivo pelo qual escrevi o livro: para trazer clareza e precisão às nossas conversas a respeito. Nem todo mundo está esgotado. Burnout não é a norma. Mas praticamente todo trabalhador corre o risco de esgotamento, e, se conhecermos suas causas e manifestações, teremos mais chances de preveni-lo.

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    Por que acredita que encarar o burnout como um “espectro” seja mais efetivo para enfrentá-lo?

    Acho que o entendimento popular é que o burnout funciona como um botão liga-desliga: ou você está perfeitamente bem no trabalho ou está esgotado. Essa noção não leva em conta as nuances da experiência do burnout.

    Algumas pessoas estão realmente esgotadas e exibindo as três principais dimensões do problema: exaustão, cinismo e sentimento de ineficácia. Mas outras não estão exatamente nesse ponto. Elas podem se sentir inúteis, mas não exaustas ou cínicas. Se os empregadores conseguirem identificar esses trabalhadores, poderão ajudá-los a ver os efeitos positivos de seu trabalho e, assim, evitar o burnout.

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    Que estratégias ou políticas públicas seriam meios de mitigar os casos crescentes de burnout?

    Alguns empregadores reconhecerão o problema do burnout por conta própria e tentarão melhorar as condições para que a empresa possa florescer. Mas outros responderão apenas às regulamentações do governo.

    Por isso proponho salários mínimos mais altos e semanas de trabalho padrão mais curtas, sem redução de salário, como ponto de partida para políticas que tornariam o trabalho mais gratificante para as pessoas. Sindicatos trabalhistas mais fortes também ajudariam a melhorar o senso de autonomia dos empregados e a elevar suas condições de trabalho.

    E sugiro no livro que uma renda básica universal seria uma forma de reconhecer que todas as pessoas têm dignidade, quer trabalhem remuneradas ou não. Isso tornaria mais fácil para as pessoas deixarem empregos ruins, sabendo que há uma rede de apoio e segurança debaixo delas.

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